A Faculdade de Medicina do ABC acaba de ter aprovado novo projeto para o Programa Nacional de Reorientação dos Profissionais da Saúde, o Pró-Saúde. A escola é credenciada desde o lançamento da iniciativa pelo Ministério da Saúde em 2005, cujo objetivo é promover maior aproximação entre os cursos da área e os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), bem como incentivar desde os bancos escolares os futuros profissionais a priorizar a atenção básica e a humanização no atendimento. Até o ano passado a FMABC era credenciada pelos cursos de Medicina, Enfermagem e Ciências Farmacêuticas.
A grande novidade do novo projeto é a inclusão das demais graduações da instituição – Fisioterapia, Nutrição, Terapia Ocupacional e Gestão em Saúde Ambiental, o que fortalece a interdisciplinaridade e reforça a importância do trabalho multiprofissional em saúde. Apenas seis escolas médicas privadas foram aprovadas no Estado de São Paulo (do total geral de 23). O campo de atuação da FMABC no Pró-Saúde se estende na rede pública da região a partir do Centro de Saúde-Escola de Capuava em Santo André, UBS Santa Terezinha em São Bernardo e UBS Bairro Cerâmica em São Caetano. O Ministério da Saúde repassará em dois anos R$ 812 mil à Faculdade e igual montante para cada Município parceiro.
“A opção do Brasil pela universalização da saúde por meio do SUS exige profissionais polivalentes e de conhecimento abrangente. Por isso, as faculdades devem abrir as fronteiras dos hospitais de ensino e se instalar em redes-escola, formadas por UPAs, UBSs, atenção domiciliar, CAPS etc”, afirma a coordenadora do curso de Medicina Dra. Lígia de Fátima Nóbrega Reato, que ressalta o pioneirismo da FMABC de incluir no Pró-Saúde também as áreas de Enfermagem e Farmácia, além da Medicina, e agora todos os demais cursos.
A aprovação do novo projeto da FMABC no Pró-Saúde foi publicada no Diário Oficial da União de 4 de abril último. O programa do Governo Federal tem como alvo o fortalecimento do SUS por meio da integração ensino-serviço. Por isso, busca reorientar a formação profissional e assegurar abordagem integral do processo saúde-doença, de forma a que os estudantes assumam papéis mais ativos. Preconiza também a própria expansão do objeto do ensino, que não deve ser apenas a doença já instalada, mas a promoção social da saúde como síntese de qualidade de vida.
Necessidades da população: “Não foi fácil modificar o currículo de uma faculdade com 40 anos, enraizada em conceitos tradicionais de medicina”, confessa o Diretor da FMABC, Dr. Adilson Casemiro Pires, complementado pelo vice-Diretor Dr. Marco Akerman: “Não podemos formar pessoas sem escutar as necessidades da população. Fazer a integração universidade-assistência independe de leis e de políticas de governo”.
Responsável pela formulação do projeto, a coordenadora do curso de Enfermagem da FMABC, professora Rosângela Filippini, ressaltou como importante o fato de pela primeira vez a aprovação levar em conta os dois programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, o Pró-Saúde e o PET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho), outro instrumento para viabilizar aperfeiçoamento e especialização em serviço dos profissionais da área. “Durante a construção do projeto, nossa equipe, representada pelos 7 cursos e as 3 cidades do ABC, produziu mais 40 subprojetos para o PET-Saúde de caráter assistencial e de pesquisa. Serão mais bolsas que virão para alunos, professores e funcionários”, anunciou, elogiando a integração entre a Faculdade e os serviços municipais da região.