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FUABC traz exposição ‘Como a Indústria do Fumo enganou as pessoas’

Mostra aberta ao público ficará nos hospitais Mário Covas e AME Santo André entre outubro e novembro

Já imaginou Papai Noel distribuindo com alegre gargalhada pacotes de cigarro ou um bebê aconselhando a mãe a reforçar a marca preferida de fumo? Que tal médicos orientando pacientes a fumar?
Para os dias de hoje, isso soa impensável. Para tempos nem tão remotos, esses foram alguns personagens centrais da indústria tabagista e a poderosa máquina publicitária montada ao redor do mundo para influenciar incautos. Pelo menos 90 dessas campanhas foram organizadas na forma de mostra itinerante pela agência nova/sb e serão exibidas no Hospital Estadual Mário Covas e AME-Poupatempo da Saúde em Santo André de 12 de outubro a 13 de dezembro. A exposição “Propagandas de Cigarro – Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas” é uma iniciativa da Fundação do ABC, gestora dos dois equipamentos de saúde, e poderá ser visitada gratuitamente em horário comercial de segunda a sexta-feira.
As campanhas foram veiculadas nos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1950 e despertaram a atenção dos médicos Robert K. Jackler e Robert N. Proctor, professores da Universidade de Stanford, pelo inusitado dos personagens. Há peças absurdas. “Garganta Sensível? Fume Kool”, “Médicos fumam Camel mais do que qualquer outro cigarro” e “20.679 médicos dizem que Lucky Strike não irrita a garganta” são exemplos publicitários da época que hoje deixariam de cabelo em pé antitabagistas que a muito custo conseguiram proibir a propaganda em diversos países, como o Brasil, e fizeram com que muitas cidades como São Paulo, Londres, Nova Iorque e Paris aumentassem a restrição ao fumo.
Um dos anúncios mostra uma jovem enfermeira de guerra acendendo o tabaco no cachimbo de um soldado ferido. No rodapé, o texto pede doação para compra de fumo aos militares. Atrizes foram escaladas para distribuir cigarros nas trincheiras. Há também peças com artistas estelares como Frank Sinatra, John Wayne, Ronald Regan e Marlene Dietrich. “A Proteção para sua garganta contra irritação e tosse” (Lucky Strike), “A cura da asma (pode seguramente ser fumado por mulheres e crianças – Joy´s Cigarettes)”; “19.293 dentistas recomendam: Fume Viceroy! Nunca mancharão seus dentes!” ou “Dê férias para sua garganta, fume um cigarro refrescante” (Camel).
“Eles foram ‘geniais’ para atingir seu objetivo maléfico”, comenta Dr. Jackler, referindo-se à indústria do tabaco. O médico iniciou a compilação das peças quando a mãe morreu de câncer de pulmão após fumar por toda a vida.
A exposição foi exibida em vários estados americanos e faz parte do imenso acervo do Smithsonian Institution – complexo de museus americanos. Também percorreu a Europa e foi trazida em 2009 ao Brasil pela nova/sb, responsável por duas campanhas internacionais do Dia Mundial Sem Tabaco da OMS (Organização Mundial de Saúde). Foi exibida em espaços públicos como Livraria Cultura, Instituto do Câncer de São Paulo, INCOR, Universidade Mackenzie e Secretaria do Estado da Saúde, além da Fundação Oswaldo Cruz no Rio. Em Brasília, ficou em exibição no Congresso Nacional.

Serviço: Exposição “Propagandas de Cigarro – Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas”.

– Hospital Estadual Mário Covas
Rua Dr. Henrique Calderazzo, 321, Bairro Paraíso, Santo André.
Período: 12 de outubro a 11 de novembro.

– AME Santo André
Av. Capitão Mário de Toledo Camargo, 3330 – Vila Luzita, Santo André.
Período: 13 de novembro a 13 de dezembro.

Horário de funcionamento
8h às 18h, de segunda à sexta-feira.
Entrada franca
Realização: Fundação do ABC – agência nova/sb
Site oficial da exposição: http://tobacco.stanford.edu.

Imprensa:

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