Evento na Faculdade de Medicina do ABC ocorrerá neste sábado (27) e visa a esclarecer principais dúvidas da população sobre o tema
Trata-se do quarto evento em esclerose múltipla organizado este ano no local. Segundo a professora de Neurologia e coordenadora do ambulatório, Dra. Margarete de Jesus Carvalho, a ideia é oferecer periodicamente palestras gratuitas de orientação, com temas variados que abordem a realidade do paciente com esclerose múltipla.
Para o próximo sábado estão programadas duas palestras: uma sob responsabilidade da própria Dra. Margarete, e outra a cargo de Daniela Soares, orientadora do Betaplus – Serviço de Apoio ao paciente com esclerose múltipla da Bayer HealthCare Pharmaceuticals. “Muitos pacientes, familiares ou cuidadores, em algum momento do tratamento, sentem-se deprimidos. Eventos como esse levam o incentivo que precisam para continuar a vida da melhor forma”, reforça Daniela.
Tratamento eficaz: Doença neurológica mais prevalente entre jovens na Europa e na América do Norte, a esclerose múltipla atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas em todo o mundo. É mais comum em países de clima temperado e acomete com maior frequência o público feminino, na proporção de 2 mulheres para cada homem. O problema tem maior prevalência em adultos entre 20 e 40 anos, raramente atingindo crianças e idosos.
De causa desconhecida, a EM é doença inflamatória crônica que afeta o sistema nervoso central. Assim como lúpus e diabetes, é uma doença autoimune, caracterizada quando o sistema imunológico deixa de reconhecer o organismo e passa a combater não apenas inimigos como bactérias e vírus, mas também tecidos e células saudáveis. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico agride a bainha de mielina – camada que envolve estruturas dos neurônios denominadas axônios. “Quando ocorre lesão inflamatória da bainha de mielina do axônio, temos o chamado surto, cujos sintomas duram pelo menos 24 horas”, explica Dra. Margarete de Jesus Carvalho, coordenadora da área na FMABC.
A doença acomete diferentes partes do cérebro e da medula espinhal. A ocorrência dos surtos é imprevisível. Entre os principais sintomas estão visão dupla (diplopia) ou perda súbita da visão, fadiga, tontura, perda total ou parcial da força muscular, tremores, falta de coordenação motora, dificuldade para andar, alterações de fala, de memória e de sensibilidade.
Apesar de não ter cura, o tratamento medicamentoso é bastante eficaz. Os objetivos são reduzir o número e a gravidade dos surtos, assim como a quantidade e a dimensão das lesões, além de retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.