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Fundação Pró-Memória realiza exposição na próxima quinta-feira

Fundação Pró-Memória abre exposição em homenagem às Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo

Em comemoração aos 100 anos do início do processo de instalação das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo no município, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) da Prefeitura de São Caetano do Sul e a Fundação Pró-Memória, por meio do Museu Histórico Municipal realizam a exposição Fé – Honra – Trabalho. A abertura será na próxima quinta-feira (6/12), no Museu Histórico Municipal (Rua Maximiliano Lorenzini, 122, Bairro Fundação), a partir das 9h.
A exposição contempla objetos e exemplares de alguns produtos do grupo, como as tradicionais louças da Cerâmica Matarazzo, conhecidas como Louças Cláudia, das quais um aparelho de jantar do ano de 1948 e recipientes de um jogo de saquê estão expostas. Há ainda exemplares das latas da margarina vegetal Matarazzo, dos biscoitos Petybon e do óleo de semente de algodão Sol Levante.
Entre as peças mais curiosas, encontra-se uma réplica de um vagão tanque que a empresa utilizava para transportar produtos petrolíferos de sua refinadora, a IMÊ Matarazzo. Além desses objetos, a mostra apresenta ainda documentos como circulares administrativas, emitidas em 1981, materiais publicitários e imagens, que recuperam vestígios de uma expressiva parcela, do patrimônio deixado pelo grupo, um dos maiores símbolos da história da industrialização de São Caetano do Sul.
Exemplares de edições da Matarazzo em Revista, orgão de comunicação interna do grupo, catálogos de produtos, panfletos e cartazes de propaganda de sua variada linha de produção também integram a exposição. As peças expostas são do acervo do Museu Histórico Municipal e de Everton Calício, memorialista e estudioso da história das IRFM.
O começo – O italiano Francisco Matarazzo chegou ao Brasil em 1881. Desembarcou, primeiro, no Rio de Janeiro, seguindo, posteriormente, para Sorocaba, no interior de São Paulo. Naquela cidade, estabeleceu um armazém onde comercializava diversos produtos, dos quais o mais requisitado era a banha de porco. Tal mercadoria, por ser considerada de primeira necessidade, naquela época, passou a ser produzida pelo industrial. Comercializada, inicialmente, em barris, ela foi o carro-chefe dessa fase inicial das atividades de Matarazzo em terras brasileiras.
Com o êxito nas vendas, surge a ideia de enlatá-la, iniciativa que propiciou um salto ainda maior nos negócios. Em virtude desse avanço, a cidade de Sorocaba mostrou-se pequena para o espírito empreendedor do italiano, que, assim, muda-se para São Paulo, em 1890. Na capital paulista, Francisco Matarazzo inicia a montagem de seu conglomerado industrial, cuja primeira unidade seria inaugurada no dia 15 de março de 1900, com a abertura, na região do Brás, do Moinho Matarazzo, segundo moinho de trigo inaugurado no país.
A partir de então, suas atividades não pararam. Surgiriam tecelagens, como a Mariângela, para a produção de sacos para as farinhas do moinho (1902), fecularia, amido e outras fábricas. Em 1911, com a intenção de tornar a empresa ainda mais diversificada, Matarazzo reúne, em uma área situada na Mooca, diversas unidades industriais, como refinaria de açúcar, moinho de sal e fábrica de fósforos. Estava, portanto, formado o embrião de diversos outros núcleos industriais fechados, como Belenzinho, Água Branca, João Pessoa e São Caetano do Sul.
A diversidade produtiva marcou a dinâmica das Indústrias Matarazzo, refletindo uma tendência praticada por quase todos os grandes empreendimentos dos anos 1920 e 1930, a chamada política de verticalização. Por meio dela, o grupo almejava ser autossuficiente, de modo que, em torno de uma determinada produção, eram criadas unidades subsidiárias a ela. Seguindo tal filosofia, a Matarazzo arrenda, em 1912, parte das instalações da Pamplona, uma das primeiras fábricas de São Caetano do Sul.
Produtora de sabões, velas e óleos vegetais, tal unidade fabril chegou à localidade em 1896. Em virtude da eclosão da Primeira Grande Guerra (1914 – 1918), problemas financeiros começaram a assolar a fábrica, que, sem condições de levantar os recursos necessários à sua produção, discute a possibilidade de arrendar todo o seu maquinário, terrenos e estoques de materiais à Matarazzo, que, a essa altura, já demonstrava, mais incisivamente, seu interesse em adquirir a Pamplona. Em agosto de 1916, tal fábrica é vendida ao grupo Matarazzo.
Com entrada gratuita, a exposição Fé – Honra – Trabalho fica aberta à visitação, até 2 de março de 2013 e é aberta a todas as idades. Mais informações na Fundação Pró-Memória, pelo telefone 4223-4780 ou pelo portal www.fpm.org.br.

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