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Estado, capital e sociedade

O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do Poder Executivo, em detrimento do Legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que privilegiam a missão “civilizatória” do Estado na sociedade, o alargamento do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo, implica o alargamento do poder politico e cultural do Executivo. Tanto assim que o Estado se transforma em um poderoso agente da indústria.
A medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a sociedade, compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais, econômicas e outras. Na prática, dissocia-se o poder estatal de amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses, empregados, funcionários públicos e outros, compreendendo negros, mulatos, índios, caboclos, imigrantes e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder.
Foi necessário manter e ampliar políticas de compensação à concentração de renda e às desigualdades sociais, que continuavam muito grandes. Assim, criaram-se políticas sociais visando amenizar a situação criadas na maior parte da população brasileira. Essas políticas compensatórias e o aumento do salário mínimo além da inflação, entre outras, lentamente estão provocando uma diminuição, ainda pequena, da desigualdade social no Brasil.
Numa situação de alta inflação, concentração de renda e desigualdade social, a preocupação fundamental do Estado é a redução e o controle da inflação. Para isso planos são criados para alcançar esses objetivos.
Algumas estratégias foram promovidas dentro desses planos como: integrar a economia nacional à globalização privatizando empresas estatais, abertura do mercado brasileiro às economias estrangeiras derrubando as barreiras alfandegárias, permissão de livre atuação dos bancos e movimentos de capitais no mercado interno, retirada dos direitos trabalhistas resultado de décadas de lutas, alteração de contratos de trabalho limitando horas da jornada de trabalho, férias remuneradas, além do sistema de aposentadoria.
Analisar a questão da democracia no Brasil significa examinar não somente as instituições políticas e as regras existentes, mas também a maneira de se viver a democracia. Podemos dizer que ela ainda é uma possibilidade, pois as forças de manutenção de práticas antigas são muito grandes.

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