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Balanço de 2012 mostra leve aumento da taxa de desemprego no ABC

Região gerou dois mil postos de trabalho, insuficientes para absorver nove mil ingressantes no mercado

O nível de ocupação na região do ABC permaneceu praticamente estável (0,2%) em 2012, desempenho inferior à média anual da última década (2,0%) e superior apenas aos verificados em 2003 e 2009. Esse comportamento correspondeu à geração de dois mil postos de trabalho, o que foi insuficiente para absorver o número de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho da região (9 mil), resultando no aumento do contingente de desempregados em 7 mil pessoas.
A taxa média de desemprego total elevou-se de 9,9%, em 2011, para 10,3%, em 2012. No período em análise, a taxa de desemprego aberto variou de 8,0% para 8,3% e a de desemprego oculto, de 1,9% para 2,0%. “Considerando dados médios anuais, o que se observa é um ligeiro acréscimo da taxa de desemprego, mas, excluído o ano de 2011, continua a ser a menor taxa de desemprego anual desde o início da pesquisa”, analisou Alexandre Loloian, coordenador da equipe de análise da PED ABC pela Fundação Seade.
No ano de 2012, o total de desempregados foi estimado em 142 mil pessoas, o de ocupados em 1.235 mil e a População Economicamente Ativa (PEA), em 1.377 mil. As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada hoje (30). O estudo mostrou, ainda, crescimento dos rendimentos médios reais de ocupados e assalariados.
Em 2012, segundo atributos pessoais, a taxa de desemprego das mulheres (11,9%) manteve-se superior à dos homens (8,9%), assim como a dos jovens de 16 a 24 anos (21,2%) em relação à das pessoas de 25 a 39 anos (9,0%) e de 40 a 49 anos (6,2%). A taxa de desemprego total dos chefes de domicílio (5,7%) ficou abaixo da observada para os demais membros do domicílio (13,8%), da mesma forma que a das pessoas não negras (9,4%) em relação às negras (12,2%). Sob a ótica do grau de escolaridade, a taxa de desemprego das pessoas com o ensino fundamental completo e médio incompleto (17,1%) foi maior do que a daqueles com o médio completo e superior incompleto (10,8%).
Sob a ótica setorial, a relativa estabilidade do nível de ocupação foi resultado do crescimento nos Serviços (geração de 49 mil postos de trabalho, ou 8,4%), contrabalançado pela redução na Indústria de Transformação (eliminação de 23 mil postos de trabalho, ou -6,6%), no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-17 mil, ou -7,8%) e na Construção (-6 mil, ou -8,0%). Nos Serviços destaca-se a ampliação do nível de ocupação nas atividades de informação e comunicação; atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; atividades profissionais, científicas e técnicas (mais 12 mil postos de trabalho, ou 11,3%), na administração pública, defesa e seguridade social; educação, saúde humana e serviços sociais (14 mil, ou 9,2%) e em alojamento e alimentação; outras atividades de serviços; artes, cultura, esporte e recreação (14 mil,ou 12,8%).
O total de assalariados manteve-se em relativa estabilidade (0,2%) entre 2011 e 2012, resultado da redução do setor privado (-1,1%), praticamente compensada pelo aumento do emprego público (10,6%). No segmento privado, retraiu-se o número de assalariados com carteira de trabalho assinada (-1,8%) e ampliou-se o daqueles que não a possuíam (3,7%). Cresceram os contingentes de autônomos (2,2%, pelo aumento do número daqueles que trabalham para empresas, uma vez que diminuiu o de autônomos que trabalham para o público em geral) e dos empregados domésticos (6,1%), mas reduziram-se o de empregadores (-8,9%) e o daqueles classificados nas demais posições ocupacionais (-2,4%).
A jornada média de trabalho dos ocupados reduziu-se de 42 para 41 horas semanais, entre 2011 e 2012, assim como a proporção dos ocupados que trabalharam mais do que a jornada legal (de 34,3% para 32,9%). Já a jornada média de trabalho dos assalariados manteve-se em 42 horas semanais, entre 2011 e 2012, resultado da estabilidade desse indicador na Indústria de Transformação (42 horas) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (45 horas) e da sua redução nos Serviços (de 41 para 40 horas) e na Construção (de 44 para 43 horas). A porcentagem de assalariados que trabalharam mais do que a jornada legal de 44 horas semanais diminuiu ligeiramente de 31,5% para 30,4%, refletindo seu decréscimo nos Serviços (de 29,1% para 27,4%) e na Indústria de Transformação (de 24,3% para 23,3%), uma vez que aumentou levemente no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (de 52,8% para 53,5%).
Cresceram os rendimentos médios reais de ocupados (9,9%) e assalariados (9,8%), que passaram a equivaler a R$ 1.860 e R$ 1.904, respectivamente (Tabela 4). No período em análise, o aumento do salário médio do setor privado (11,1%) foi reflexo do crescimento na Indústria de Transformação (8,1%, que passou a equivaler a R$ 2.229), nos Serviços (11,8%, R$ 1674) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (19,8%, R$ 1.375). Cresceu o salário médio dos empregados com carteira de trabalho assinada (9,5%, R$ 1.920) e o dos sem carteira (27,3%, R$ 1.327). Também aumentaram os rendimentos médios dos autônomos (4,9%, R$ 1.312) e dos empregados domésticos (9,9%, R$ 742) e retraiu-se o dos trabalhadores do setor público (-3,7%, R$ 2.345).
Ainda em 2012, ampliaram-se as massas de rendimentos reais dos ocupados (9,8%) e dos assalariados (9,4%), em ambos os casos, como resultado de aumentos dos rendimentos médios reais, uma vez que mantiveram-se praticamente estáveis os respectivos níveis de ocupação e emprego.

Dezembro tem leve queda do desemprego

As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, mostram que, em dezembro, a taxa de desemprego total na Região do ABC reduziu-se, ao passar de 9,6%, em novembro, para os atuais 9,3%. Sua principal componente, a taxa de desemprego aberto, variou de 7,3% para 7,1%
Em dezembro, o contingente de desempregados na região foi estimado em 129 mil pessoas, 6 mil a menos do que no mês anterior. Esse desempenho foi reflexo da redução da força de trabalho da região (menos 26 mil pessoas,ou -1,8%) e do nível de ocupação (eliminação de 20 mil postos de trabalho,ou -1,6%). A taxa de participação diminuiu de 61,8% para 60,6%.
Entre novembro e dezembro, nos demais domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados, a taxa de desemprego total reduziu-se na RMSP (de 10,3% para 10,0%) e nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 11,6% para 10,9%) e permaneceu relativamente estável no Município de São Paulo (de 9,3% para 9,2%).
Na Região do ABC, em dezembro, o nível de ocupação diminuiu 1,6% e o contingente de ocupados foi estimado em 1.253 mil pessoas. Segundo os principais setores de atividade, o nível de ocupação reduziu-se nos Serviços (-1,4%, ou eliminação de 9 mil postos de trabalho) e na Indústria de Transformação (-1,2%, ou -4 mil) e não variou no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados retraiu-se em 1,1% no mês em análise. No setor privado, diminuiu o emprego com carteira de trabalho assinada (-0,9%) e manteve-se estável o sem carteira. Reduziram-se os contingentes de autônomos (-1,1%) e de empregados domésticos (-2,9%).
Entre novembro e dezembro, não variou a média de horas semanais trabalhadas por ocupados (41 horas) e aumentou a dos assalariados (de 41 para 42 horas), mas elevaram-se as proporções de ocupados (de 31,5% para 32,8%) e assalariados (de 28,3% para 30,2%) que trabalharam mais do que 44 horas semanais.
Entre outubro e novembro de 2012, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-0,8%) e assalariados (-0,7%), que passaram a equivaler a R$ 1.923 e R$ 1.957, respectivamente.Também diminuíram as massas de rendimentos de ocupados (-2,5%) e assalariados (-1,7%), em decorrência, para ambos os casos, de decréscimos no nível de ocupação e, em menor proporção, dos rendimentos médios.

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