Trabalho da FMABC começa amanhã com 300 crianças do Piaget de São Bernardo antes de partir para Minas Gerais, Goiás e Paraná
“Hoje temos muitas crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, fruto de problemas como dislexia, discalculia ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), por exemplo. São pacientes que muitas vezes, além do tratamento médico e terapia, necessitam de trabalhos diferenciados por parte da escola para superar obstáculos no ensino e acompanhar o rendimento dos demais estudantes”, explica o professor de Neurologia Infantil da FMABC e coordenador do NEA, Dr. Rubens Wajnsztejn.
De acordo com o docente, o encontro com os alunos também servirá para que haja maior reflexão sobre o bullying, caracterizado por qualquer ato ou manifestação que possa intimidar, maltratar, ofender, agredir ou discriminar o semelhante. As dificuldades escolares podem ser o “start” para essa prática dentro das escolas. “O bullying pode ocorrer em forma de gestos, palavras ou atos e não se restringe a agressões físicas, englobando qualquer atitude que prejudique o emocional do indivíduo. Um aluno pode sofrer pressão tanto por ser gordinho como por tirar notas baixas em matemática, por exemplo. Existe uma infinidade de maneiras com que o bullying pode ser caracterizado, até mesmo em apelidos pejorativos”, garante o professor da FMABC, que debaterá o tema no Piaget ao lado da psicóloga e psicopedagoga do NEA, Alessandra Bernardes Caturani.
Entre os principais prejuízos ocasionados pelo bullying estão problemas na área de saúde mental. “O paciente pode apresentar queda no rendimento escolar ou no trabalho e com isso desencadear quadros de fobias, ansiedade, depressão e outras doenças de ordem psiquiátrica”, alerta Wajnsztejn.
Sem fronteiras: O programa Colocando o Pingo no ‘I’ da Inclusão começará a funcionar junto aos alunos do Colégio Piaget, mas também estão previstos encontros específicos com os educadores da escola e com pais e familiares. Apesar de recém-criada, a iniciativa já desperta o interesse de diversas instituições do país. Estabelecimentos de ensino no Paraná, Goiás e dois em Minas Gerais já entraram em contato e agendaram encontros com o NEA-FMABC para os próximos meses.
Entre os temas previstos para as discussões estão leis brasileiras para inclusão das crianças nas escolas, ensino diferenciado nas dificuldades de aprendizagem, orientações e prevenção do bullying nas escolas e necessidade de medidas institucionais e avaliações diferenciadas para alunos com necessidades especiais.