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Técnicos de três Estados visitam SBC para conhecer tratamento a dependentes químicos

Cidade recebeu equipes de saúde mental de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro interessadas em informações sobre unidades de assistência psiquiátrica

A política de atenção ao uso abusivo de álcool e drogas adotada em São Bernardo do Campo continua atraindo o interesse de vários Estados. Na última segunda-feira (25), uma equipe do programa de saúde mental da Prefeitura de Blumenau (SC) veio conhecer as unidades locais de assistência psiquiátrica.
No dia 19, São Bernardo recebeu a visita da coordenadora de saúde mental e de três técnicos da Prefeitura de Campo Grande (MS). No dia seguinte, foi a vez do coordenador da ONG Viva Rio, que celebrou recentemente convênio com a prefeitura carioca para atendimento a usuários de crack.
Diametralmente oposta ao modelo de internação compulsória defendido pelo governo do Estado de São Paulo, a saúde mental em São Bernardo é baseada no atendimento ambulatorial e em rede, tendo como perspectivas a ressocialização, restabelecimento de vínculos familiares dos pacientes e recuperação da autonomia, entre outros direitos.
O coordenador de saúde mental de Blumenau, Jorge Fernando de Morais, veio em busca de informações sobre os Caps tipo III, que funcionam em regime de 24 horas, com a intenção de adotar o mesmo sistema em sua cidade.
Outros equipamentos visitados foram as repúblicas terapêuticas, destinadas ao acolhimento de usuários de drogas, e as residências terapêuticas, nas quais moram pacientes com transtornos psíquicos.
Morais disse que ficou impressionado com a diversidade de serviços, utilização de equipes multidisciplinares e, principalmente, com os investimentos expressivos da Prefeitura de São Bernardo em saúde mental.
O coordenador do Viva Rio, Tião Santos, não escondeu o entusiasmo com a política de atenção a usuários de drogas, desenvolvida por São Bernardo, especialmente porque é aplicada de forma totalmente oposta à adotada pelo Rio de Janeiro.
“Colhemos muitas ideias para enfrentar a situação de calamidade vivida pelo Rio, que possui uma enorme cracolândia na Avenida Brasil”, afirmou.
O Rio de Janeiro adotou, como fez o Estado de São Paulo, a internação compulsória de usuário de crack com o apoio de policiais civis e militares.
O secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, defende projetos terapêuticos individualizados, com respeito aos direitos humanos e autonomia dos indivíduos. “Não somos contra a internação em casos de crise, mas elas devem ser feitas em último caso e nos hospitais gerais ou nos leitos existentes nos Caps, por períodos curtos. Não acreditamos em modelos que elegem o cárcere, ainda que disfarçado de hospital, clínica ou comunidade terapêutica, como espaço de cuidado”, cita.

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