Taxa de desemprego total no ABC se mantém estável
Embora a Indústria de Transformação tenha criado 10 mil vagas em janeiro, e os segmentos do Comércio e Reparação de Veículos outros 12 mil postos, a queda de 22 mil vagas em Serviços, anulou a recuperação dos demais setores. Com isso, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC revelou uma taxa de desemprego total estável na região, passando de 9,3%, em dezembro de 2012, para os atuais 9,4%. A divulgação ocorreu nesta quarta-feira (27), na sede da entidade.
“O setor de Serviços está sofrendo um ajuste e teve redução acentuada, mas deve se recuperar”, disse a economista Ana Maria Belavenuto, técnica do Dieese. Para ela, o segmento deve retomar posição favorável nos próximos meses. “Estamos falando de um setor que envolve desde atividades financeiras, logística e informática, até cabeleireiros, etc., e que vem sustentando a ocupação de um modo geral”, acrescentou.
Já a retomada da Indústria, segundo a economista, se deve possivelmente ao esgotamento dos estoques, mas há também um outro fator: “Há um elemento presente, que é a expectativa futura em relação à recuperação da economia em 2013”, ressaltou.
Entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, nos demais domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados, a taxa de desemprego total manteve-se estável na RMSP (10,0%), praticamente não variou no Município de São Paulo (de 9,2% para 9,1%) e apresentou pequena variação positiva nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 10,9% para 11,2%).
O contingente de desempregados no ABC foi estimado em 129 mil pessoas em janeiro, mesmo número do mês anterior. Esse desempenho decorreu da redução da força de trabalho da região (menos 9 mil pessoas, ou -0,7%) e do nível de ocupação (eliminação de 9 mil postos de trabalho, ou -0,7%). A taxa de participação diminuiu ligeiramente de 60,6% para 60,2%.
Na região do ABC, em janeiro, o contingente de ocupados foi estimado em 1,244 milhão de pessoas. Segundo os principais setores de atividade, o nível de ocupação reduziu-se nos Serviços (-3,4%, ou eliminação de 22 mil postos de trabalho), o que foi apenas parcialmente compensado pelos aumentos no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (5,9%, ou criação de 12 mil postos de trabalho) e na Indústria de transformação (3,1%, ou 10 mil).
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados elevou-se 2,8% no mês em análise. No setor privado, aumentaram os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (3,5% e 4,8%, respectivamente). Reduziu-se o contingente de autônomos (-10,6%).
Entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, não variou a média de horas semanais trabalhadas por ocupados (41 horas) e reduziu-se a dos assalariados (de 42 para 41 horas), mas elevaram-se as proporções de ocupados (de 32,8% para 33,8%) e assalariados (de 30,2% para 30,8%) que trabalharam mais do que 44 horas semanais.
Entre novembro e dezembro de 2012, elevaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (2,4%) e assalariados (1,7%), que passaram a equivaler a R$ 1.977 e R$ 1.999, respectivamente. Cresceram ligeiramente as massas de rendimentos de ocupados (0,6%) e assalariados (0,6%), em decorrência, para ambos os casos, de aumentos dos rendimentos médios, uma vez que reduziram-se os respectivos níveis de ocupação.
Comportamento em 12 meses
Em janeiro de 2013, a taxa de desemprego total na Região do ABC (9,4%) foi igual à registrada há 12 meses. Nessa mesma base de comparação, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 7,7% para 7,3%, o que indica ter havido acréscimo da taxa de desemprego oculto.
Em termos absolutos, o contingente de desempregados praticamente não variou, resultado de reduções semelhantes do nível de ocupação (menos 13 mil postos de trabalho, ou -1,0%) e da força de trabalho da região (14 mil pessoas saíram do mercado de trabalho, ou -1,0%). A taxa de participação diminuiu de 61,5% para 60,2%, neste período de 12 meses.
Entre janeiro de 2012 e de 2013, o nível de ocupação reduziu-se 1,0%, resultado melhor do que no mês anterior, nessa base de comparação. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu da redução do contingente desocupados na Indústria de transformação (-6,6%, ou eliminação de 23 mil postos de trabalho), não totalmente compensada pelos aumentos nos Serviços (2,1%, ou criação de 13 mil postos de trabalho) e no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (0,5%, ou 1 mil).
O assalariamento total se expandiu 4,2% na comparação de 12 meses. No setor privado, elevou-se o número de empregados com e sem carteira de trabalho assinada (4,5% e 5,8%, respectivamente) e diminuiu o contingente de autônomos (-16,2%).
Entre dezembro de 2011 e de 2012, elevaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (9,9%) e assalariados (9,6%). Também se expandiram as massas de rendimentos de ocupados (7,3%)e assalariados (10,1%). No caso dos ocupados, em decorrência exclusivamente do aumento do rendimento médio real, uma vez que diminuiu o nível de ocupação e, no dos assalariados, principalmente pela elevação do salário médio real, já que o nível de emprego cresceu ligeiramente.