X

Hospital da Mulher registra mais de 80% de sobrevida em câncer de mama

Referência em Santo André, unidade tem tempo médio de espera entre a primeira consulta e a cirurgia de no máximo 30 dias

Levantamento realizado pelo Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, de Santo André, aponta percentual de sobrevida (cura) entre 80% e 85% nas pacientes com câncer de mama atendidas na unidade. Funcionando há apenas 5 anos, o serviço de Mastologia é referência para todo o município e atende mensalmente cerca de 20 mulheres com câncer de mama, além de outras patologias cirúrgicas e acompanhamento das pacientes submetidas à cirurgia para retirada do tumor.
O serviço do Hospital da Mulher visa ao pleno atendimento das pacientes e, principalmente, busca implementar o tratamento e a cirurgia – quando necessária – em curto espaço de tempo. Por essa razão, foram criados 2 centros de triagem justamente para proporcionar a agilidade que o paciente com câncer necessita.
“O tempo médio de espera entre a primeira consulta no ambulatório e a cirurgia é de no máximo 30 dias. Certamente estamos entre os serviços públicos mais rápidos do país”, afirma o médico responsável pelo serviço de Mastologia do Hospital da Mulher de Santo André, Dr. Guerino Barbalaco Neto, que acrescenta: “Já na primeira consulta realizamos biópsia para confirmar a doença, cujo resultado fica pronto em 7 dias. Também pedimos os exames pré-operatórios na primeira consulta e todas as informações ficam à disposição em no máximo 15 dias”.
Além disso, quando necessário são realizados exames como mamografia e ultrassonografia no próprio ambulatório, no mesmo no mesmo dia da consulta. Outras técnicas disponíveis no arsenal diagnóstico da unidade são agulhamento pré-operatório de lesão mamária não palpável e biopsia guiada por ultrassonografia.
De acordo com Dr. Guerino Barbalaco Neto, o tipo de câncer mais frequente é o carcinoma ductal invasivo, que representa em torno de 85% dos casos, seguido do carcinoma lobular invasivo, presente em aproximadamente 10% dos diagnósticos. “Todas as pacientes atendidas recebem acompanhamento multidisciplinar com psicólogas, assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, cardiologista e do grupo de voluntárias da Associação Viva Melhor. Além disso, são atendidas no ambulatório antes da cirurgia e permanecem em acompanhamento permanente com a equipe no primeiro mês do pós-cirúrgico”, detalha o médico.

Prevenção anual

O câncer de mama é o segundo tumor mais frequente no mundo (atrás apenas do câncer de pulmão) e deverá ter aproximadamente 52,7 mil novos casos no Brasil este ano, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A principal via de prevenção é a mamografia – uma radiografia das mamas realizada por equipamento denominado mamógrafo. É feita a partir da compressão das mamas para visualizar pequenas alterações, o que permite descobrir o câncer de mama em fase inicial.
O mastologista do Hospital da Mulher de Santo André, Dr. Guerino Barbalaco, alerta que é preciso fazer a primeira mamografia entre 35 e 40 anos. Depois dos 40, o exame deve ser feito anualmente. Em cada retorno é importante levar a mamografia anterior para comparar possíveis alterações. “A finalidade do rastreamento mamográfico é identificar um tumor ainda não palpável, quando a possibilidade de cura é de mais de 95%”, explica.

Reconstrução de mama

Santo André também é pioneira em outro aspecto relacionado ao câncer de mama: a reconstrução das mamas após a cirurgia. Em 8 de abril, Dia Internacional da Mulher, o Prefeito Carlos Grana e o Secretário de Saúde, Dr. Homero Duarte, anunciaram no próprio Hospital da Mulher que a unidade passaria a realizar o procedimento estético em mulheres submetidas à mastectomia.
A decisão andreense, pautada exclusivamente na humanização do atendimento e preocupação com o bem-estar e qualidade de vida das pacientes, foi anunciada quase 2 meses antes do Governo Federal sancionar a Lei 12.802, de 24 de abril de 2013, sobre a “obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do Sistema Único de Saúde – SUS nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer”.
Segundo o professor de Mastologia da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Ivo Carelli Filho, a reconstrução da mama é fundamental para a autoestima da mulher. “Procuramos preservar ao máximo a mama nas cirurgias e incentivamos a reconstrução, justamente visando melhorar a qualidade de vida da paciente. Quando conversamos sobre a retirada do tumor, já perguntamos se a paciente gostaria de passar pela oncoplastia”, descreveu o especialista.
O médico acrescenta que até pouco tempo era comum as pacientes se sentirem mutiladas após a cirurgia, inclusive do ponto de vista emocional. “É extremamente importante que a mulher se sinta bem. Por isso, a oncoplastia se tornou tendência. Atualmente, os próprios mastologistas estão fazendo cursos de especialização e aprendendo procedimentos de reconstrução mamária. O intuito é somar conhecimentos aos dos cirurgiões plásticos e aumentar o número de pacientes beneficiadas”.

Imprensa:

This website uses cookies.