Centro de Apoio à Mulher Márcia Dangremon é a principal porta de entrada para o atendimento; parceria com a Delegacia da Mulher também é essencial
O enfrentamento à violência contra a mulher é tratado de forma articulada pela Prefeitura de São Bernardo do Campo. O fortalecimento dessa política é um trabalho cuidadosamente desenvolvido no município por meio de diversas ações conjuntas, coordenadas pela Gerência de Políticas para Mulheres e Questão de Gênero da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc).
Localizado na Rua Dr. Fláquer, região central da cidade, o Centro de Referência e Apoio à Mulher Márcia Dangremon é a principal porta de entrada para o atendimento à mulher vítima de violência. De janeiro a abril deste ano, foram registrados cerca de 300 atendimentos, uma média de 20 novos casos por mês. A maior incidência é de violência física e psicológica, que chegam a 80% dos casos, além de ameaça de agressão e morte.
No espaço, as mulheres são orientadas sobre como se proteger e prevenir contra a violência doméstica. Faz parte desse trabalho orientações jurídicas e o acompanhamento psicossocial para o fortalecimento da mulher na tomada de decisão para o enfrentamento do ciclo da violência.
O Centro também recebe pessoas encaminhadas pelas unidades de saúde, como o Hospital Municipal Universitário, no Rudge Ramos, que atende casos de violência sexual, e o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism).
Segundo a diretora de Políticas Afirmativas, Lourdes Ventura, um dos desafios é promover a autonomia dessas mulheres que vivem situações de violência doméstica. “A dependência financeira é, na maioria das vezes, o principal fator que dificulta a tomada de decisão por parte da vítima”, explica.
Para complementar esse apoio, a diretora ressalta a importância da interlocução com outras secretarias da Prefeitura para a integração dos serviços. Em 2010, foi criado o Grupo Intersecretarial de Políticas Afirmativas, com o objetivo de sensibilizar e articular todas as áreas da Prefeitura para a discussão dessas políticas, entre elas a temática de gênero. “Por meio desse diálogo, é possível ampliar as ações, como, por exemplo, o acesso aos cursos profissionalizantes gratuitos ou na reinserção dessas mulheres no mercado de trabalho”, completa.
Caso de polícia – A Delegacia da Mulher é a principal parceira da Prefeitura no trabalho de enfrentamento à violência. Durante o atendimento no Centro de Referência, as mulheres são orientadas a registrar queixa com Boletim de Ocorrência, caso não tenham feito. O documento é primordial para uma ação de medida protetiva, que visa garantir a proteção da vítima contra o agressor.
O mesmo acontece por parte da Delegacia da Mulher. Segundo a delegada Angela de Andrade Ferreira Ballarini, todas as mulheres que procuram o órgão para prestar queixa são orientadas a procurar o Centro de Referência Márcia Dangremon. “É importante que as mulheres vítimas de violência doméstica recebam um atendimento complementar, como apoio jurídico e social. Por isso, o serviço oferecido pela Prefeitura é essencial nesse trabalho”, afirma.
Serviço – O endereço do Centro de Referência e Apoio à Mulher Márcia Dangremon é Rua Dr. Fláquer, 208, 2º andar. O atendimento é sigiloso e é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Informações pelo telefone 4125-9485.
Já a Delegacia de Defesa da Mulher de São Bernardo do Campo está em novo endereço desde dezembro do ano passado e fica na Rua José Meza Mendonça, 40, Jardim do Mar. Tel.: 4368-2032. O atendimento é de segunda a sexta, das 8h30 às 18h. Após esse horário e aos finais de semana, quem precisar do serviço deve procurar a delegacia de polícia mais próxima.