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Taxa de desemprego diminui no ABC

Queda de 0,9% foi a mais forte da Região Metropolitana de São Paulo

Após crescimento por três meses consecutivos, a taxa de desemprego total na região do ABC apresentou queda em agosto, passando de 12,1% em julho, para os atuais 11,2%, a maior redução registrada na Região Metropolitana de São Paulo (0,9%). “Olhando para os setores de atividade, o que mais anima é o crescimento da Indústria de Transformação, principal responsável pela elevação do nível de ocupação”, analisou Alexandre Loloian, técnico da Fundação Seade, durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
Segundo os principais setores econômicos, o nível de ocupação na Indústria de Transformação cresceu 5,6%, com a criação de 18 mil postos de trabalho. O destaque, no entanto, ficou com a indústria metal-mecânica, onde foram abertas 11 mil vagas (6,5%), assim como no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (2,3%, ou 5 mil vagas). Em Serviços, porém, houve redução pelo terceiro mês consecutivo, desta vez com eliminação de 9 mil postos de trabalho (-1,5%).
Para Loloian “a expectativa é de que a tendência de redução de desemprego se confirme até o final do ano”. Segundo ele, o comportamento dos Serviços possivelmente se deve ao fato de que nesse setor, compreendido basicamente por segmentos como alimentação, hospedagem e entretenimento, cresceram muito os preços praticados. “Isso pode ter servido como uma barreira ao consumo, provocando a redução de empregos no setor”, avaliou.
Na opinião do técnico da Fundação Seade, ao contrário das previsões econômicas pessimistas, que apontavam um terceiro trimestre desastroso para o País, vários indicadores apontam o contrário. “Sazonalmente sempre se eleva a ocupação e o aumento registrado na indústria não tem outra explicação senão o crescimento da produção”, disse.

Cai contingente de desempregados

O contingente de desempregados na região foi estimado em 155 mil pessoas em agosto, 11 mil a menos do que no mês anterior. Esse resultado decorreu do aumento do nível de ocupação (geração de 21 mil postos de trabalho), número superior ao de pessoas que ingressaram na força de trabalho da região (10 mil). Na Região do ABC, o nível de ocupação aumentou 1,7% e o contingente de ocupados foi estimado em 1.226 mil pessoas.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados cresceu 0,7%. No setor privado, aumentaram os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (1,9% e 7,3%, respectivamente). No mês em análise, o contingente de autônomos elevou-se em 1,1%.
Em relação ao mês anterior, elevou-se a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (de 41 para 42) e assalariados (de 42 para 43). Também cresceu a proporção dos que trabalharam mais do que 44 horas semanais entre os ocupados (de 30,4% para 33,0%) e os assalariados (de 29,0% para 31,9%).
Entre junho e julho, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-1,1%) e assalariados (-2,0%), os quais passaram a equivaler a R$ 1.857 e R$ 1.940, respectivamente. Também diminuíram as massas de rendimentos de ocupados (-2,4%) e assalariados (-3,7%), em ambos os casos, em decorrência de reduções do rendimento médio real e do nível de ocupação.

Comportamento em 12 meses

Em agosto de 2013, a taxa de desemprego total na Região do ABC (11,2%) foi superior à observada no mesmo mês de 2012 (10,2%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 8,5% para 9,5%.
Em termos absolutos, o aumento do contingente de desempregados em 13 mil pessoas foi resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 24 mil postos de trabalho) em número superior ao de pessoas que saíram da força de trabalho da região (menos 11 mil). A taxa de participação diminuiu de 61,9% para 61,0%, no período analisado.
Entre agosto de 2012 e agosto de 2013, o nível de ocupação reduziu-se em 1,9%. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu da retração do contingente de ocupados nos Serviços (-11,4%, ou eliminação de 75 mil postos de trabalho), não compensada pelos aumentos no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (13,3%, ou criação de 26 mil postos de trabalho) e na Indústria de Transformação (4,0%, ou 13 mil).
O assalariamento total diminuiu 1,5% na comparação dos últimos 12 meses. No setor privado, elevou-se o número de empregados com carteira de trabalho assinada (3,5%) e retraiu-se o daqueles sem carteira (-13,4%). No período em análise, também diminuiu o número de trabalhadores autônomos (-1,1%).
Entre julho de 2012 e julho de 2013, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-5,2%) e assalariados (-2,1%). A massa de rendimento real dos ocupados diminuiu 5,6%, em decorrência de reduções do nível de ocupação e dos rendimentos médios reais. Houve aumento da massa de rendimentos dos assalariados em 1,4%, resultado do crescimento, principalmente, do nível de emprego.

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