Chorinho celebra o reencontro de Denise Fraga, Fauzi Arap e Cláudia Mello. Denise foi dirigida por Fauzi em A Quarta Estação em 1995. Cláudia Melo foi dirigida por Fauzi em Adorável Desgraçada em 1993. Denise e Cláudia dividiram palco e camarim em A Alma Boa de Setsuan (2008-2010) e não paravam de falar no Fauzi. O desejo de estarem juntos se concretiza agora em Chorinho. Além de autor, Fauzi Arap dividiu a direção com Marcos Loureiro (Hotel Lancaster, Delicadeza, La Musica).
Chorinho, Prêmio APCA de Melhor Autor 2007, trata da vida urbana com delicadeza, poesia e humor.
Numa praça de uma grande cidade, duas vidas se entrelaçam graças aos encontros e conversas de uma solteirona aposentada (Cláudia Mello) com uma estranha moradora de rua (Denise Fraga). De um lado estão preconceitos e solidão; de outro, lucidez, loucura – e mais solidão.
Com diálogos regados de humor e emoção, a peça narra, em sete momentos, a construção da inusitada amizade entre estas mulheres aparentemente tão diferentes. Uma mora na praça por opção, não aguenta as leis sociais e a hipocrisia do mundo. A outra é uma senhora solitária que frequenta o lugar, cuida das plantas e tenta preencher o vazio dos dias com aulas de inglês e programas de televisão. Um dia é surpreendida:
– Por que a senhora faz isso?
– Isso o quê?
– Isso de ficar fingindo que eu não existo.
A partir da insistência da mendiga, as duas vão se encontrando dia após dia na praça e através do que dizem permitem que o espectador vai desenhando suas histórias, pensamentos, medos e solidões. Em diálogos simples e cheios de humor, Fauzi coloca em cena uma profunda e poética filosofia urbana.
“É impressionante o poder da palavra no teatro. Fauzi é um mestre e confia nisso como ninguém. Um banco de praça, duas atrizes e muito a dizer. Uma pra outra e pra quem as ouve. O que mais me encanta no texto é ver seu poder de fisgar o espectador pelo humor e simplicidade, dando clareza a questões filosóficas por vezes muito complexas. Nas sessões que fizemos viajando pelo Brasil (o espetáculo foi apresentado em Curitiba, BH, Florianópolis e Porto Alegre), me emocionava ver a reação da plateia ao verbo puro e simples. A peça é um embate verbal cheio de sabedoria, humor e poesia. E encanta por isso. Fazer uma personagem tão diferente de você, mas que diz coisas que você gostaria de dizer é muito bom. E é uma delícia estar neste jogo com minha querida Cláudia Mello, atriz extraordinária. Tivemos o privilégio da batuta de Fauzi Arap, que saiu de sua toca e, ao lado de Marcos Loureiro, veio nos dirigir. Isto é um tesouro muito precioso. É colher pérolas para serem usadas não só neste trabalho, mas a cada nova empreitada que nosso maravilhoso ofício nos oferecer.” – diz Denise Fraga.
“O Universo conspirou a nosso favor. Já existia uma grande afinidade cênica e pessoal entre o Fauzi, Denise e eu. É um prazer interagir com esta atriz admirável num texto de um autor que eu sempre tenho a melhor das disposições em trabalhar com o que ele propõe. Love, love, love…”, completa Claudia Mello.
Serviço:
Teatro Municipal de Santo André
Endereço: Praça IV Centenário, 01 – Centro – Santo André – SP.
Dias: 22 e 23 de março.
Horários: sábado 21h e domingo 18h.
Duração: 80 minutos.
Indicação: 12 anos.
Gênero: Comédia
Valor: R$ 70,00 (inteira) e R$ 35,00 (meia).