Prefeito, secretário de governo e mediador do prefeito tentam barrar manifestação e exigem presença de diretoras na Câmara
Na última terça-feira, após a sessão da Câmara Municipal onde os vereadores aprovaram os abonos aos servidores da Educação de São Caetano, que vai variar de 100 a 1 mil reais, cerca de 600 educadores que ser reuniram nas dependências da Câmara, saíram em passeata pela avenida Goiás exigindo melhores salários e incorporação dos abonos aos salários para poderem viver dignamente.
As reivindicações, que são referentes aos valores e a incorporação do abono salarial de 2014, ao plano de carreira e à isonomia de tratamento nos recessos da Copa são absolutamente legítimas, justas e necessárias.
Diante da intransigência da prefeitura, os trabalhadores da educação, com apoio dos alunos, decretaram em assembleia o estado de greve, desde a última terça-feira (21), data em que a categoria compareceu em peso à Câmara Municipal.
Os professores da cidade recebem os mais baixos salários da região do ABC. O valor da hora aula é de apenas R$ 8,76 e outros profissionais tem salário-base (sem os abonos) menor que o mínimo; e não os valores a disposição no recinto a Câmara para os professores em planilha feitas não se sabe por quem, onde diz que a cidade paga o terceiro melhor salários da Educação do Grande ABC.
O salário efetivo do funcionário da Educação representa, em muitos casos, apenas 1/3 do total de vencimentos recebidos. O reflexo desse modelo é nefasto para a aposentadoria, a seguridade social, o 13º salário e as férias.
Manobra
Uma hora antes de iniciar a sessão do Legislativo, foi permitido que todas as diretoras de escolas juntamente com a secretária de Educação Ivone Braido, ocupassem a maioria dos espaços do plenário da Câ-mara a fim de diminuir o impacto das manifestações e também o números de manifestantes no recinto.
A manobra coordenada pelo secretário de Governo Sallun Kalil e o medidor do prefeito Padua Tortorello não surtiu muito efeito e a Câmara ficou mais lotada que a semana passada, não evitando porém as manifestações contra os vereadores que aprovaram o projeto de lei apresentando pelo prefeito Paulo Pinheiro.
Reunião
Antes da sessão plenária os vereadores já sabiam o que iria acontecer, prevista pelo mediador Padua Tortorello, que se reuniu com a maioria deles no Paço Municipal para coordenar as votações do dia e barrar as manifestações que com certeza já estavam previstas para acontecer após a sessão.
Mais uma vez, o prefeito e seus aliados acusaram a oposição de querer boicotar sua administração, agora com greves de funcionários da Educação. Outras vezes que isso aconteceu foi notada presença de funcionários do próprio gabinete do prefeito infiltrados no meio dos manifestantes para culpar a oposição.
Despreparo
Antes da sessão da Câmara Municipal, em entrevista a TV WEB, o prefeito Paulo Pinheiro demostrou não ter nenhum preparo para exercer o cargo que ocupa e muito menos comandar uma prefeitura bilionária que é a de São Caetano, onde a entrevista foi marcada por gaguejos e erros excessivos de português, e menos realista o prefeito disse que a cidade paga os melhores salários da região aos professores da rede municipal com o abono que estaria sendo votado na Câmara Municipal.
Erros de português e gaguejar, nitidamente mostra-se um despreparo total de um líder municipal, e, quando se decora o que vai falar, fica mais difícil ainda a falta de noção do atual mandatário de São Caetano; e ao citar que a greve é manipulada pela oposição é mais um ato de revanchismo político que tomou conta da atual administração, onde a maioria dos funcionários do primeiro escalão são oriundos da administração anterior.