Ações desenvolvidas na cidade são elogiadas pelos representantes hondurenhos, que desejam iniciar projeto piloto no ano que vem com base em experiências de São Bernardo
Delegação formada por quatro representantes da rede de saúde pública do governo de Honduras, país localizado na América Central, esteve em São Bernardo do Campo nesta quarta-feira (6) para conhecer os trabalhos de ressocialização desenvolvidos pela rede de saúde mental do município. A visita faz parte de agenda programada pela coordenadora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde Cinthia Lociks .
O interesse dos visitantes hondurenhos foi observar como funcionam os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), pegar como exemplo o modelo de espaço comunitário desenvolvido com os usuários e reestruturar os serviços prestados pelo governo de Honduras. O modelo de tratamento adotado pela rede de saúde mental naquele país ainda trabalha com internações em hospitais psiquiátricos, ou seja, fora das diretrizes da Reforma Psiquiátrica brasileira, que determina o fim das internações.
Durante a visita, o grupo conheceu os trabalhos realizados no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III Alvarenga e pelo Consultório de Rua (Programa de Redução de Danos). Além de visitar uma residência e uma república terapêutica, a delegação foi à Represa Billings, onde acontece o projeto “Remando para a Vida”, que atende adolescentes do recém-inaugurado CAPS Álcool e Drogas Infanto-juvenil (ADI) Assunção.
“Tínhamos uma ideia muito vaga sobre os trabalhos feitos em São Bernardo, e ficamos realmente impressionados com o que vimos. Se nossas políticas sociais permitirem, colocaremos em prática um plano piloto até o começo do próximo ano”, comentou Mario Aguiar, chefe do hospital público Mario Mendonça, em Honduras.
Especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério da Saúde há mais de dez anos, Cinthia Lociks comentou que hoje o Brasil tem reconhecimento internacional por trabalhar constantemente para melhorar o seu modelo de tratamento público na rede de saúde mental. E que São Bernardo representa essa experiência pioneira e inovadora, que serve como inspiração não só para os outros municípios brasileiros – como já vem acontecendo -, mas também para outros países. “Essa cooperação, seja entre cidades ou países, é importante para que possamos compartilhar experiências exitosas, como a de São Bernardo, referente aos trabalhamos feitos na rede de saúde mental”, avaliou a especialista.