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O que houve com a Cena HC nacional?

Hoje podemos dizer que os gêneros musicais que mais fazem sucesso são o novo sertanejo e até mesmo o funk carioca. O público adora estas musicais e principalmente, as baladas que tocam estes estilos.

Há não muito tempo, por incrível que pareça, o hardcore fez muito sucesso no cenário musical brasileiro. Entre 2000 e 2005 era constante a presença de muitas bandas de hardcore nas rádios, na MTV, em diversos festivais e programas de TV (não só MTV). A banda que merece destaque por tornar o hardcore popular para o grande público é o CPM 22. Repetindo para não criar polêmica; para o grande público.

Até hoje existem muitas bandas que, por algum tempo, costumavam lotar os shows nas famosas casas Hangar 110 (São Paulo), o extinto Volkana (São Bernardo do Campo) e também em todo o Brasil (algumas até no exterior). Dead Fish, Street Bulldogs, Dance of Days, Zumbis do Espaço, Killi, Hateen, Garage Fuzz, Fistt, Carbona, ACK, Reffer, Mukeka di Rato, Adtive, Overlife, entre muitas outras (algumas das bandas acima já acabaram).

Resumindo, toda a molecada amava hardcore e a cada dia, surgiam mais e mais bandas de garagem que até pagavam pra tocar em determinados lugares. Até ai, sem problemas. Mas o que me tira o sono é, o que houve com a cena Hardcore nacional? Aonde foram parar os piercings, bonés de redinha, munhequeiras, dados, bola 8, Mad Rats, camisetas simulando marcas famosas só que com outras palavras (ex. Fuck escrito no lugar de Ford)? O que houve?
Eu particularmente, não sei se a minha resposta é a correta e muitos podem até me julgar, mas para mim o que ocorreu é simplesmente o MODISMO.

Sim, modismo.

Acima, eu citei o CPM 22, pois foram eles que levaram o hardcore para a grande massa, e é ai que tá o problema. Na época, foi lindo. Muitas bandas tiveram oportunidade de mostrar seu trabalho e conquistar espaço que talvez, nunca imaginariam que conseguiriam. Mas este bum durou pouco tempo. Quando falamos da grande massa, falamos de muitas pessoas que só conhecem determinadas bandas (e até mesmo estilos musicais) por causa das rádios e programas de TV. E infelizmente, muitas destas pessoas, só vão se interessar pelas músicas que tocam nestes meios e nem vão procurar saber mais sobre a banda, outros artistas do gênero e vão esperar a banda se apresentar no Faustão ou no Gugu. É a triste realidade cultural brasileira. Lembro que nessa época, muitas pessoas que abominavam o rock´n roll começaram a amar o hardcore e frequentar shows, montar bandas, utilizar os famosos acessórios usados acima, fazer tatuagens e muitas outras coisas mais. Por que vocês acham que a galeria do rock virou praticamente um shopping de uns anos pra cá? Por que muitos viram a oportunidade de ganhar dinheiro com a repentina ascensão do hardcore.

Outro ponto é o que foi escrito bem no começo do post. Muitas das pessoas que se diziam do hardcore, hoje nem se lembram que estas bandas existem, as bandas que eram adoradas uns anos atrás, e hoje, só se preocupam em ir em baladas cowntrys e de funk, e tenho certeza, que hoje abominam o rock novamente. Até virar moda de novo, não é?

O que me entristece, é que muitas das bandas que ainda estão na estrada, estão um pouco esquecidas. Antes, todos sabiam quando algumas bandas iam lançar um disco novo, as músicas já estavam rapidamente disponíveis para download no purevolume, no myspace, no tramavirtual, e o melhor, é que todos sabiam cantar as músicas novas no show.

Espero até hoje que aconteça um festival nos moldes do SP Independente de 2004, onde foi gratuito, tocaram muitas bandas boas e principalmente, por mostrar o que é o espirito de quem viveu bem esta época, pois quem foi neste festival, deve lembrar que mesmo que o chão do local estivesse lotado de lama e num dia chuvoso, ninguém deixou de pular um minuto sequer. Este é o espírito que falta hoje.

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