Ao lado de seu trio, o contrabaixista e arranjador Marcos Paiva faz o show de lançamento em Santo André do álbum Choroso, o terceiro de sua carreira.
Considerado pela crítica como um dos mais criativos músicos brasileiros da atualidade, o contrabaixista Marcos Paiva lança o CD Choroso amanhã, às 19h no Teatro do SESC Santo André (Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar). Em seu novo trabalho, o músico colocou de maneira inedita o contrabaixo dentro do universo do choro e, ao misturar o tradicional ritmo brasileiro ao jazz, criou um álbum singular, de sonoridade pulsante e forte.
O CD
O ponto de partida do projeto Choroso foi o desejo de construir uma música improvisada, baseada nas inflexões melódicas e rítmicas da cultura brasileira, que pudesse se abrir para harmonias jazzísticas e para um conceito mais universal. Marcos Paiva viu no choro a manifestação musical mais adequada para essa abertura estética e, por isso, se debruçou no estudo do gênero por seis anos.
Para criar o elo entre o choro e o jazz e uma nova linguagem no seu instrumento, o músico foi beber nos contrapontos melódicos de Pixinguinha – principalmente nas gravações memoráveis ao lado do flautista Benedito Lacerda. A partir dessa experiência, Marcos passou desenvolver no contrabaixo suas próprias “baixarias”, como ficaram conhecidos esses mesmos contrapontos no violão.
Enquanto o contrabaixo assume o papel do violão de 7 cordas nas composições e nos arranjos criados para o disco, a bateria e o saxofone se aproximam do pandeiro e do clarinete, lembrando a tradição do choro, mas também dando lugar a novas possibilidades para o gênero.
Os arranjos transformam cada instrumento do trio, ora em solista, ora em acompanhante, mostrando, assim, a enorme gama de sonoridades inesperadas desses instrumentos e também a profundidade conquistada em performance e em cumplicidade pelo trio.
Com o CD Choroso, o contrabaixista confirma o que vinha buscando desde o início de seus estudos: que existe um caminho generoso e promissor na mistura do choro com outras linguagens abertas e improvisadas. Segundo o crítico de música, Carlos Calado, que assina o encarte do álbum, “poucas vezes se ouviu, na história da música instrumental brasileira, choros soarem tão naturalmente jazzísticos. Ou, por outro lado, em raras ocasiões o jazz se aproximou de maneira tão íntima da linguagem do choro”.
O show
O repertório do show terá músicas do CD Choroso e mais arranjos das músicas Cochichando, Lamento e Proezas de Solon de Pixinguinha e Retrato em Branco e Preto de Tom Jobim e Chico Buarque.
Mais informações: http://goo.gl/BbnVoH