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Cidão é candidato à reeleição em São Caetano

Funcionário da empresa General Motors e dirigente sindical, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, é hoje um grande negociador quando o assunto é empregos, direitos e condições de vida para os trabalhadores. Quando o momento exige não hesita em liderar greves e manifestações para defender seus representados. Nos últimos anos tem se dedicado à luta pela permanência das empresas no município considerando a necessidade de que não se pode abdicar de um parque industrial que gera desenvolvimento, empregos e renda. Não bastassem essas qualidades Cidão procurou capacitar-se, uma vez que reconhece haver a necessidade dos dirigentes sindicais adquirirem uma formação acadêmica com vistas a continuar representando cada vez melhor os trabalhadores. Para tanto, estudou direito, fez pós-graduação em Direito do Trabalho, em seguida fez mestrado também em Direito pela PUC/São Paulo. Além de sindicalista é também vereador para ajudar a cidade e a complementar o trabalho que realiza como sindicalista. Na entrevista Cidão revela a sua visão de sociedade e quais os objetivos que norteiam a campanha da Chapa 1 por ele encabeçada.

Imprensa ABC – O senhor está disputando mais uma eleição sindical em um momento de dificuldades econômicas para a classe trabalhadora. Isso não o intimida?

Cidão – De jeito nenhum. Esta não é a primeira vez que enfrentamos dificuldades. Óbvio que o sindicalismo combativo e experiente sabe que em momentos de crescimento econômico é sempre mais fácil para se obter conquistas. O que não quer dizer que diante da crise temos que ficar de braços cruzados. Pelo contrário. Essas horas exigem dirigentes sindicais, com capacidade de negociação e de luta.

Imprensa – A crise atual que o setor automotivo enfrenta é um desses momentos?

Cidão – Sem dúvida. O momento é de incerteza, dado que o governo Dilma, além de viver uma profunda crise de credibilidade, adotou uma agenda que traz insegurança para quem produz, exceto para os que vivem de renda, já que os juros alcançaram patamares assustadores. Estão hoje 12,5% ao mês. Um horror. Além de pôr em riscos direitos trabalhistas conquistados por nós a duras penas.

Imprensa – Como isso se reflete no setor metalúrgico?

Cidão – A situação é grave porque a produção caiu e o desemprego aumentou. As empresas estão demitindo, ou ameaçando demitir. E com reflexo em toda cadeia produtiva que envolve fábricas de auto-peças, revenda de veículos, consertos, etc. Atinge a todos. O que requer dos dirigentes sindicais, experiência e competência para enfrentar e vencer esses desafios. Nessas horas não há espaço para amadorismo, nem aventuras.

Imprensa – Queira explicar melhor a questão.

Cidão – Veja o caso da GM/São Caetano. Por conta da crise econômica a empresa pretendia demitir de uma só vez cerca de mil trabalhadores. Fomos à luta e propusemos como saída o sistema Layoff que suspende o contrato de trabalho, mas não demite. Durante cinco meses, 950 trabalhadores continuarão recebendo seu salário. E estamos lutando para que retornem. Às vezes alguns criticam tal postura, mas se esquecem de que se não fosse o Layoff todos esses companheiros já estariam demitidos desde outubro de 2014. A proposta que fizemos mostra visão e compromisso do sindicato em manter os empregos.

Imprensa – Ao longo dos anos o senhor tem se empenhado na manutenção do parque industrial em São Caetano. Fale sobre isto.

Cidão – Deixo claro aqui o compromisso da Chapa 1 com a luta pela manutenção das empresas em nosso município e a geração de emprego e renda. Isto porque nos últimos vinte e cinco anos São Caetano perdeu uma enorme quantidade de empresas, grandes e pequenas. Por conta dessa redução, apenas o setor metalúrgico viu desaparecer lá atrás cerca de 10 mil postos de trabalho. Uma quantidade nada desprezível para uma cidade e região que necessitam gerar empregos e renda, bem como arrecadar impostos para manter o padrão de qualidade que a tornou uma referência entre os municípios brasileiros. Não fosse essa nossa luta tenho certeza que, por pressão da especulação imobiliária, o parque industrial automotivo de São Caetano teria desaparecido. Defender a manutenção das empresas em São Caetano, gerando emprego e renda e assegurando direitos é a nossa grande missão.

Imprensa – Essa questão dos investimentos das empresas passa pelo sindicato?

Cidão – O que prende uma empresa a uma cidade ou região são as relações com o mercado, as empresas parceiras, o poder público e os trabalhadores. Ou seja, com a representação sindical. Empresas desse porte não realizam investimentos sem essas condições estarem dadas. A relação do sindicato com a GM São Caetano tem sido de equilíbrio, sem subserviência, porém, antes de tudo, primando sempre pela negociação. O que não impede que aqui e ali, diante de impasses surgidos na relação entre capital e trabalho os trabalhadores se indisponham, radicalizem em suas posições e, sob a liderança do sindicato, realizem paralisações como forma de forçar a negociação. Ou ainda para fazer valer acordos já firmados que em parte ou no todo não estão sendo cumpridos. Manifestações que são é legítimas. A Constituição Federal assegura esse direito. Mas é preciso ter uma direção sindical capacitada para fazer com que isto aconteça.

Imprensa – Mesmo com a crise há previsão de investmentos no setor metalúrgico?

Cidão – Muito por conta desse esforço, nos últimos seis anos a GM já investiu aqui cerca de R$ 5 bilhões. Pretende investir mais R$ 3 bilhões até 2017. Fazemos tudo isto sem abrir mão de nenhum direito. Para nós da Chapa 1, direito trabalhista e conquistas, são inegociáveis. Nossa obsessão é mantê-los e ainda ampliá-los. Quanto à CHAPA 1, ela é de luta e formada por companheiros com experiência, e ainda gente nova, sangue novo, a força necessária para fortalecer ainda mais as nossas lutas e continuar representando com competência os metalúrgicos.

Imprensa – A propósito qual a sua formação?

Cidão – Formeime advo-gado, fiz pós-graduação em Direito do Trabalho, em seguida realizei o mestrado também em Direito do Trabalho pela PUC/SP. O fiz porque é sempre importante ter uma formação acadêmica e, sobretudo, porque diante da complexidade da vida, particularmente das relações trabalhistas, todo e qualquer dirigente sindical precisa buscar uma capacitação de nível superior para melhor representar os trabalhadores.

Imprensa – O que os metalúrgicos podem esperar da CHAPA 1?

Cidão – O compromisso da CHAPA 1 é continuar lutando para garantir direitos, negociando nas empresas investimentos que gerem empregos, inclusive procurando também os poderes públicos que possuem a responsabilidade com essas questões. Por isso, elegime vereador para complementar ainda mais a nossa representação na cidade.

Imprensa – Queira tecer considerações finais.

Cidão – Aproveito para pedir aos metalúrgicos que, tal como em outras eleições passadas, nos dias 31, 01 e 02/04, não deixem o certo pelo duvidoso. Votem consciente e maciçamente na CHAPA 1 – Mantendo e Ampliando Conquistas – que possui experiência e compromisso para continuar representando a nossa aguerrida e combativa categoria que, por conta das nossas ações é hoje uma referência nacional de luta para os trabalhadores brasileiros.

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