O conjunto de 34 itens que compreendem a cesta básica apresentaram preço praticamente estável no fechamento do mês de março se comparado a fevereiro, de acordo com levantamento feito pela Craisa. Embora variação tenha sido de 0,47% a mais, o que representou custo adicional de R$ 2,20 para os consumidores, alguns produtos, dentre eles o quilo da cebola e a dúzia de ovos, apresentaram as principais altas. Enquanto o quilo do primeiro subiu 24,73%, a dúzia do segundo, ficou 23,38% mais cara.
“A cebola, que começou o ano custando em torno de R$2,50 o quilo, já está quase R$ 4 pela mesma quantia. O fato é que este produto apresenta oferta sazonal muito rigorosa e neste momento, estamos abastecidos com o bulbo de origem argentina, enquanto que a safra do Sul do país foi pequena, obrigando as importações antecipadas em 2015, somadas ao frete encarecido, fez com que houvesse um aumento nos preços”, apontou o engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pelo levantamento, Fábio Vezzá.
Em relação aos ovos, embora historicamente os preços praticados apresentem reajustes nesta época do ano, em 2015 a maior justificativa foi o custo do milho, principal insumo para as granjas. A dúzia subiu, em média, de R$ 4, para R$ 5,50. Além destes, os outros itens a subirem foram a unidade da alface em 6,23%, além dos quilos da banana e do tomate, com respectivos 5,66% e, 3,18%. “Frutas, verduras e legumes ainda apresentam grandes variações de preços provocadas principalmente pela estiagem prolongada”, sugeriu Vezzá.
Na contramão das altas de preços de alguns produtos, os quilos da batata e das carnes bovinas de primeira e de segunda, recuaram em março se comparado ao mês anterior. Enquanto o primeiro caiu 4, 71%, o segundo e o terceiro tiveram quedas de 3,75% e 1,28%.
“Por incrível que pareça, este ano o preço da batata foi muito diferente do habitual. Normalmente, o verão chuvoso prejudica a produção nesta época, mas a estiagem neste caso, não restringiu a oferta mesmo com o consumo aquecido na Semana Santa, já que integra boa parte do prato principal, a bacalhoada”.
No caso das carnes, Vezzá acredita que, apesar da alta do dólar, o preço segue em ligeira queda, pois o momento também é de demanda enfraquecida durante o período da quaresma. O outro item a apresentar baixa significativa, foi no quilo da laranja em 2,91%.