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Tem início as obras de interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê

Bombeamento de 4 mil litros de água por segundo ao longo de 22 km será essencial para garantir o abastecimento

As obras de interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê tiveram início nesta segunda-feira, 4, no município de Rio Grande da Serra. Considerada a principal ação para garantir o abastecimento da Grande São Paulo em 2015, serão transferidos 4 mil litros de água por segundo ao longo de 22 quilômetros.

Esse bombeamento fará com que regiões que hoje recebem água do Sistema Cantareira (como a cidade de São Caetano do Sul), possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise.

Obra será feita pela própria Sabesp para ganhar tempo

“Nós estamos iniciando uma obra importantíssima para a segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo para enfrentar o período seco, a estiagem, o período de inverno. A obra será feita pela própria Sabesp para ganhar tempo. São R$ 130 milhões e o prazo é de quatro meses. Começa aqui em Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e vai até Suzano”, disse o governador Geraldo Alckmin durante o início dos serviços.

O Sistema Rio Grande chegou a mais de 97% de armazenamento de água no final de março. Já o Alto Tietê tem grande capacidade de tratamento (15 mil litros por segundo), mas suas represas estão com nível mais baixo. Com o bombeamento, a Sabesp levará a matéria-prima (água disponível na represa Rio Grande) até o local onde há maquinário para o tratamento (Sistema Alto Tietê).

Estrutura da obra

O investimento inclui a instalação de bombas para transportar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC (onde fica o Sistema Rio Grande) de Suzano (no Alto Tietê). Conta também com duas adutoras paralelas, cada uma com diâmetro de 1,2 mil milímetros. Elas vão levar a água por quase 11 quilômetros até o córrego Taiaçupeba-Mirim. Por esse curso d’água o volume avançará mais 11 quilômetros, chegando até a represa Taiaçupeba, onde fica a estação de tratamento de água do Sistema Alto Tietê. A previsão é que a obra esteja concluída no final de agosto.

Para que a água seja transferida de uma represa para a outra ao longo desses 22 quilômetros, a Sabesp vai instalar 16 geradores, sendo que parte deles ficará como reserva de segurança. Cada gerador tem potência de 1.000 kVA, o que equivale a 1.000 cavalos. É potência maior do que a de um carro de Fórmula 1.

Outras obras

Outras duas obras são importantes para levar mais água para o Alto Tietê. Uma delas já foi entregue e está em operação desde 27 de janeiro, que é a ampliação da transferência de água do córrego Guaratuba para a represa Ponte Nova, que compõe o Sistema Alto Tietê. O investimento, feito em pouco mais de dois meses pela Sabesp, fez com que o volume transferido subisse de 500 litros por segundo para 1.000 l/s. O Guaratuba nasce na serra do Mar e deságua em Bertioga, no litoral. Parte de sua vazão é bombeada em direção ao Alto Tietê.

A importância dessa obra é aumentar a quantidade de água que entra no Sistema Alto Tietê neste período de poucas chuvas. O sistema é composto por cinco represas (Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba). Elas são alimentadas pela chuva direta sobre elas e pelos rios que as abastecem. Portanto, a entrada de mais água do Guaratuba amplia o nível de todo o sistema.

Outra intervenção com o mesmo objetivo é a nova captação do rio Guaió. A Sabesp está construindo nove quilômetros de adutoras para ligar o Guaió à represa Taiaçupeba. A tubulação levará 1.000 litros de água por segundo para o ribeirão dos Moraes, afluente do rio Taiaçupeba-Mirim que, por sua vez, deságua na represa Taiaçupeba. A obra está sendo implantada no município de Suzano, na divisa com Ferraz de Vasconcelos, com mão-de-obra própria da Sabesp. O Guaió nasce na cidade de Mauá, no ABC, e passa por Ribeirão Pires, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá.

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