A taxa de desemprego total no ABC apresentou alta em abril e, ainda que o movimento seja típico para o período, surpreendeu pela intensidade, ao passar de 10,5%, em março, para os atuais 12, 1%. Já o contingente de ocupados da Indústria de Transformação foi positivo, com geração de 1 mil postos de trabalho, ou 0,3%. As informações constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada dia 27 último na sede da entidade regional.
O contingente de desempregados foi estimado em 170 mil pessoas, 23 mil a mais do que no mês anterior.
Este resultado decorreu da redução do nível de ocupação (eliminação de 15 mil postos de trabalho, ou -1,2%) e do ligeiro crescimento da População Economicamente Ativa – PEA (entrada de 8 mil pessoas na força de trabalho da região, ou 0,6%).
Segundo o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, a elevação do desemprego foi percebida também pelos demais domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados. “O pessimismo econômico tem refletido em toda a região metropolitana de São Paulo. O impacto pode ser sentido na queda de contratações”, analisou ao constatar a elevação da taxa de desemprego de 11,4% para 12,4% na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP); de 10,8% para 12,2% no município de São Paulo; e de 12,3% para 12,7% nos demais municípios da RMSP, exceto a capital.
Na Região do ABC, o contingente de ocupados diminuiu 1,2%, passando a ser estimado em 1.238 mil pessoas. Jensen atrela a queda de ocupados da região ao mal desempenho do setor de Serviços em abril.
Os setores de Serviços e Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas foram responsáveis pela eliminação de 22 mil postos de trabalho (-3,3%) e 2 mil (-0,9%), respectivamente. Já a Indústria de Transformação conseguiu gerar 1 mil novos postos de trabalho (0,3%). Jensen destaca a recuperação do segmento metal-mecânico que conseguiu gerar 3 mil postos de trabalho (2,0%) no fim do quadrimestre. ‘’Começamos 2015 em um patamar inferior, mas estamos recuperando o fôlego para arriscar uma recuperação no segundo semestre”, analisou.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados reduziu-se em 1,5%.
No setor privado, diminuiu o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada (-2,4%) e cresceu o sem carteira (3,2%). No mês em análise, permaneceu estável o número de autônomos (183 mil).
Em abril, manteve-se estável a média de horas semanais trabalhadas entre os ocupados (41 horas) e assalariados. A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais reduziu-se para os ocupados (de 29,2% para 26,5%) e os assalariados (de 25,6% para 23,5%).
Entre fevereiro e março de 2015, permaneceu em relativa estabilidade o rendimento médio real de ocupados (-0,3%) e variou positivamente o de assalariados (0,5%), que passaram a equivaler a R$ 2.184 e R$ 2.245, respectivamente. Elevaram-se as massas de rendimentos de ocupados (0,7%) e assalariados (1,4%), em ambos os casos, devido ao crescimento do nível de ocupação, uma vez que pouco variaram os rendimentos médios.