A ‘crucificação’ encenada pela transexual Viviany Beleboni na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi o ápice para a fervorosa discussão. Afinal, até que ponto a fé infringe na liberdade de expressão, ou vice-versa? Antes, já estava em discussão a polêmica de uma famosa marca de cosméticos, desta vez a empresa foi condenada por líderes religiosos de fazer propaganda do homossexualismo.
Inspirado nessa temática, na estreia da coluna, listarei três livros que foram censurados ou repudiados pela Igreja Católica, em sua maioria por contrariar os mandamentos religiosos ou por ofender a fé cristã.
O primeiro da lista é o livro “A Bússola de Ouro” (Philip Pullman). O livro causou revolta da organização por “incentivar as crianças ao ateísmo”. Na trama existe uma ordem chamada “Magisterium” que controla as almas das crianças, provocando a revolta da protagonista Lyra, que detém a bússola de ouro, e nela está a verdade suprema. O livro foi adaptado para o cinema, causando um repúdio ainda maior. A Liga Católica dos Estados Unidos conseguiu censurar os outros dois filmes que faziam parte da sequência literária.
“O Código da Vinci” (Dan Brown) tornou-se um best-seller devido a crítica embutida no livro à Igreja Católica. A obra vendeu mais de 80 milhões de exemplares em todo o mundo. A estória se passa em uma noite no museu do Louvre. Com a morte do curador do museu, Jacques Saunière, é revelado ao longo da trama vários segredos que envolvem os conceitos históricos da Igreja Católica. Segundo a instituição, o livro defende teses que contrariam algumas verdades históricas nas quais o cristianismo se baseia.
Por último, temos o livro “Sexualidade e Condição Homossexual na Moral Cristã” (Marciano Vidal). O autor do livro é acusado de justificar a existência da homossexualidade, apresentando fatos que comprovam que o homossexualismo é uma condição, e não uma opção. A “Congregação para a Doutrina da Fé” foi a responsável pela censura, a entidade mandou recolher todos os exemplares da obra na Argentina. No Brasil é possível adquirir o livro.
Eu, ao contrário da organização, indico a leitura dos livros listados aqui. Além de fortalecer seus conhecimentos, será possível absorver o por quê da Igreja censurá-los. Seria a Igreja segura no que ensina ao ponto de censurar obras que contrariam seus ensinos? Por quê a repulsa pela opinião contrária, seria medo?
Gabriel Damasceno é escritor, autor da trilogia best-seller internacional “Nita Cairu”. Siga-o no Instagram e no Twitter