No ranking geral do Estado de São Paulo, complexo hospitalar de Santo André saltou da 11ª para a 6ª posição
Entre os equipamentos do Grande ABC, o Centro Hospitalar Municipal, ex-Santa Casa, ocupa, atualmente, o primeiro lugar no ranking do Estado como hospital notificador e captador de órgãos dos casos de morte encefálica. Na classificação geral da Central de Transplantes, o complexo deixou a 11ª posição e subiu para a sexta colocação entre os hospitais cadastrados no Estado de São Paulo, segundo o último levantamento de 1º de janeiro a 11 de junho. Na prática, a mudança de posição representa 35 órgãos captados, dos quais 20 rins, um fígado e 14 córneas, doados efetivamente às pessoas que aguardavam em fila de espera. Em Santo André, atualmente são 215 na lista.
Para subir no ranking da Secretaria de Estado da Saúde, o CHM registrou neste ano, no mesmo período, 25 notificações e dez efetivações de órgãos à Central de Transplantes de São Paulo.
No Grande ABC, por exemplo, o complexo hospitalar está à frente do Hospital Estadual Mário Covas (2º), em Santo André, e do Hospital Dr. Radamés Nardini (9º), em Mauá, além das unidades privadas – Hospital e Maternidade Brasil (11º) e Hospital Santa Helena (17º), ambos em território andreense.
O CHM também lidera a lista com vários outros equipamentos de São Paulo, principalmente os localizados na região da Zona Leste, casos do Hospital Municipal do Tatuapé (4º) e Hospital Público Municipal Ermelino Matarazzo (7º). Em 2013, o hospital público andreense ocupava o 33º lugar, ano em que a direção da unidade andreense reativou a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – hoje nomeada Comissão Intra-hospitalar de Transplante.
De lá para cá, no total, 117 órgãos foram captados – a maioria rins (60). No primeiro trimestre do ano passado, das 12 notificações, dois corações para doação em uma verdadeira “operação de guerra” na luta para salvar duas vidas, conforme recordou o enfermeiro Paulo Cezar Ribeiro, coordenador da CIHT no CHM.
Para Ribeiro, o novo cenário do CHM no ranking geral do Estado representa, antes de tudo, o comprometimento da equipe com a causa, seguido da conscientização dos profissionais e do treinamento do grupo. “Mas ainda estamos longe do ideal. Do que chamamos de cultura de doação de órgãos”, ponderou o enfermeiro, especialista na área pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, são cinco profissionais que integram a comissão multidisciplinar, entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, sem qualquer tipo de remuneração.
Criar cultura de doação no âmbito hospitalar, segundo Ribeiro, é trazer a possibilidade de veicular informação, propiciar espaço de reflexão e medidas eficazes para que o processo ocorra de forma satisfatória. “Assim, viabilizaremos potenciais doadores, aumentaremos os números de captações e transplantes para diminuirmos a fila de espera de pessoas que aguardam por um órgão”, afirmou.
Neste caso, são funções dos integrantes da CIHT: identificar potenciais doadores, fazer a abordagem de seus familiares nos casos de vítimas com morte encefálica e a articulação do CHM com a Central de Transplantes. No ABC, atualmente, são 751 pessoas à espera de uma chance de sobre-vida: Santo André (215), São Bernardo (221), São Caetano (54), Diadema (131), Mauá (95), R. Pires (25) e Rio Grande(10) – o rim é maioria (677).