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Desemprego cresce no ABC

O mês de junho, que costuma vir acompanhado por estabilidade e redução do número de desempregados, apresentou ligeiro crescimento da taxa de desemprego na região, que passou de 12,7%, em maio, para os atuais 13,0%. O resultado negativo foi puxado pela Indústria de Transformação, embora o Comércio tenha gerado 7 mil postos de trabalho, e o setor de Serviços tenha apresentado relativa estabilidade, ao gerar 1 mil postos de trabalho. As informações são da PED ABC, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

O contingente de desempregados foi estimado em 181 mil pessoas, 1 mil a mais do que no mês anterior. Este resultado decorreu das reduções do nível de ocupação (eliminação de 28 mil postos de trabalho, e da População Economicamente Ativa (saída de 27 mil pessoas na força de trabalho da região. “O movimento é considerado inesperado para o período”, constatou o economista e coordenador da PED, Alexandre Loloian, responsável pela apresentação dos dados. Para o técnico, a redução da PEA evitou resultados ainda mais críticos. “Fazendo um balanço, só não foi pior porque em junho a taxa de atividade se reduziu de forma expressiva”, disse.

As perspectivas para os próximos meses são incertas, segundo o economista. O técnico lembra que o segundo semestre marca a etapa de retomada do nível de ocupação.

Entre maio e junho, nos domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados, a taxa de desemprego total elevou-se na Região Metropolitana de São Paulo (de 12,9% para 13,2%) e no Município de São Paulo (de 12,5% para 13,5%) e diminuiu nos demais municípios da RM SP, exceto a capital (de 13,5% para 12,8%).

Na Região do ABC, o contingente de ocupados retraiu-se em 2,3%, sendo estimado em 1.210 mil pessoas. Setorialmente, o Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas gerou 7 mil postos de trabalho. Serviços, por outro lado, gerou 1 mil empregos, mantendo estabilidade. Loloian lembrou que no início do primeiro semestre de 2015, esse setor representava entre 52% e 54% dos ocupados na região.

A Indústria de Transformação foi o setor que mais contribuiu para a redução do contingente de ocupados. O ramo de Construção, novidade na divulgação após mudanças metodológicas na pesquisa, apresentou retração de 5 mil.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados reduziu-se em 3,5%. No setor privado, retraíram-se os contingentes de empregados sem carteira de trabalho assinada e com carteira (-2,6%). No setor público, diminuiu em 7,8% o número de assalariados. No mês em análise, ampliou-se o número de autônomos (4,6%) – com destaque para os que trabalham para o público (8, 6%) – e reduziu-se o contingente dos ocupados nas demais posições, incluindo empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc.

Em junho, a média de horas semanais trabalhadas permaneceu estável entre os ocupados (40) e diminuiu entre os assalariados (de 41 para 40). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais aumentou para os ocupados (de 25,9% para 27,1%) e assalariados (de 22,6% para 23,5%).

Entre abril e maio de 2015, retraíram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-2,6%) e assalariados (-3,3%), que passaram a equivaler a R$ 2.116 e R$ 2.149, respectivamente. Também contraíram-se as massas de rendimentos de ocupados (-2,6%) e assalariados (-5,0%), no primeiro caso, devido à redução dos rendimentos médios reais e, para os assalariados, em decorrência de decréscimo do salário médio real e do nível de emprego. Loloian alertou para as implicações negativas que a retração da remuneração pode ter sobre trajetória dos ocupados.

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