“Um dos inúmeros pequenos empresários de São Caetano do Sul, o qual aproveita para dar sua opinião sobre os problemas da cidade nos últimos anos.”
Lima Filho – Hoje o que mais se comenta na cidade é o escândalo com os valores absurdos na locação de veículos para a GCM e secretarias. O que tem a nos dizer?
Roberto Corvello – Quando fiz o vídeo denunciando esse absurdo, achei que algum advogado, o Ministério Público ou alguma entidade iria fazer alguma coisa, mas ninguém fez nada. O assunto morreu! A gente denuncia, dá a cara à tapa, tem repercussão apenas entre os munícipes, mas não acontece mais nada, não avança e ninguém dá explicações. A “máquina” é poderosa. Você acompanhou Lima Filho, quando houve a eleição para o Conseg – Conselho Comunitário de Segurança. Mobilizaram secretários, vereadores, diretores, funcionários e seus familiares, que, mesmo constrangidos, foram obrigados a votar na “chapa branca”, montada às pressas pelo Palácio. Posteriormente, entramos com os recursos junto à Coordenadoria dos Consegs na Secretaria de Segurança Pública, mas foi em vão. Através de evasivas abafaram o caso, e, de certa maneira ficou implícito que não iria acontecer nada. Até os vídeos que o Tarsio Taricano (advogado e representante do Grupo Reação) apresentou não foram aceitos. Segundo eles, só seriam aceitos como prova se passassem por peritagem e o Conseg não dispõe de peritos. Como disse o amigo Fernando Turco, no dia 12 de abril essa administração se apequenou um pouco mais…
Lima Filho – E o quadro sucessório?
Roberto Corvello – São tantas pessoas acendendo velas pra Deus e o Diabo, buscando “se acertar” que é difícil não comentar, diante da degradação. Veja um exemplo: há um indivíduo que se diz “fiel” e que ficou com a Regina Maura e o Auricchio até o fim. Após a derrota, continuou frequentando as rodadas de pizza e saía nas fotos abraçado ao ex prefeito Auricchio. De repente, a gente vê que ele se acertou com o atual prefeito, pulou para o lado de lá e hoje trabalha na administração. Agora eu pergunto, se ele sempre se declarou Auricchiano de quatro costados, cadê a fidelidade e a coerência? Sabe aquele instrumento parecido com um coador utilizado nos aeroportos para mostrar a direção do vento, chamado “biruta”? Esse tipo de pessoa vive de acordo com a direção do vento, sem se importar com coerência ou fidelidade. Aí, um dia se dão conta que perderam a credibilidade e não tem espaço nem do lado de lá e nem do lado de cá!
Lima Filho – Dizem que todo homem tem seu preço…
Roberto Corvello – Educação, honra e dignidade é uma questão de berço… fidelidade é coerência… ou você é ou não é! Trata-se de ter princípios ou não. Lobo, mesmo travestido de ovelha continuará sendo lobo. E ledo engano do atual prefeito acreditar que muitos que hoje estão ao seu lado, alguns remanescentes da época de Tortorello e do próprio Auricchio, vão ser fiéis a ele. Quando olharem para que lado a “biruta” aponta, o abandonam e com maior cara de pau voltam a comer pizzas às quartas-feiras.
Lima Filho – Mas ainda há fidelidade entre as pessoas, no campo político?
Roberto Corvello – Votei na Lucia Dal’Mas, que, por sua vez, era candidata a vice na chapa de Paulo Pinheiro. A chapa foi eleita e ele se tornou prefeito. Mas eu, Lima Filho, não votei nele… votei nela! E assim como você é fiel ao Auricchio eu sou fiel à Lucia Dal’Mas, aos seus princípios, sua postura e pela transparência… a isso se dá o nome de fidelidade! Votaria nela novamente, mas nele… jamais! Em 4 mandatos como vereador qual foi o seu legado? – Lima Filho, sempre achei que os vereadores são muito fracos dentre os quais o atual prefeito. Não percebo nele o espírito de liderança, voz ativa, comando, mas achava que se formasse um bom time, poderia fazer uma boa gestão. Então, no primeiro ano de seu mandato, fiquei quieto, só observando, afinal ele estava “tomando pé” da situação. Porém, no terceiro mês a Lucia Dal’ Mas rompeu com o prefeito e passou a fazer um trabalho de investigação diante dos fatos que estavam ocorrendo. O prefeito começou a ‘importar’ gente estranha à cidade e, a partir de um certo momento, por motivos óbvios, ela se transformou em ‘persona non grata’. São Caetano tem 19 vereadores e não tem oposição, de fato. A Lucia faz a o que os vereadores deveriam fazer e não fazem.
Lima Filho – Qual a esperança que os munícipes devem ter?
Roberto Corvello – O saudoso prefeito Tortorello teve uma passagem inesquecível. Embora eu seja crítico às gestões do ex prefeito Auricchio, não há como negar que foi um administrador ativo e empreendedor. A pergunta é: como o prefeito Paulo Pinheiro será lembrado? Quanto a Câmara Municipal, sou favorável a uma renovação geral, pela extinção dos “jurássicos”. Acredito que todos munícipes que amem São Caetano, independente de suas preferências e apoio ao próximo prefeito, devem lutar por espaços políticos. O importante é que tenham propósitos e ideais em relação ao presente e futuro da cidade. Soube que você foi convidado a lutar por uma cadeira na Câmara e, no meu modo de ver, acho que deve aceitar. Mesmo estando em posições opostas e sendo adversários, devemos reconhecer e respeitar o posicionamento de cada um, pois, afinal, como você sempre diz, somos São Caetano Futebol Clube! Boa sorte e sucesso aos bem intencionados que sonham com uma São Caetano melhor.