Casa da Palavra recebe exposição inédita no Brasil de poesia gráfica a partir de fevereiro.
O projeto Poesia Gráfica consiste em 15 poetas de diferentes nacionalidades com seus textos ilustrados pelo artista plástico romeno Tudor Serbanescu. Circulou em 2015 pelo Espacio Ronda em Madri-Espanha, na galeria de arte Pavel Temov em Alexandria-Romênia; na Casa de Cultura do município de Rosiorii de Vede, Romênia; inicia neste ano na sede da UNESCO, em San Jose, Costa Rica. E 19 de fevereiro dá-se a abertura na Casa da Palavra, em Santo André, na Praça do Carmo, às 19 horas.
A ideia surge no Centro Pro-Arte e Azay Art Magazine em Madri e gestado pelo escritor Diego Vadillo López e pelo artista e editor Tudor Serbanescu. Combinadas harmoniosamente, a escrita e as artes plásticas, formam uma terceira expressão artística, que são como espelhos a se iluminar e reforçar mutuamente. Este ato criativo adquire profundidade, mesmo que não se compreenda plenamente a língua espanhola ou romena, os desenhos são potencializados pelas poesias e impregna na alma dos presentes. A união de versos e ilustrações recorre às essências da expressão artística, inclusive da antiguidade grega, como caligramas, acróstico e hieroglíficas, de tradições heterodoxas.
Neste intercâmbio de palavras e desenhos, ou melhor, da Poesia Gráfica, fronteiras geográficas e linguísticas se dissolvem por meio das artes, e estreitam laços entre os países. O público se dará conta que este código poético é universal, que os poetas afloram os temas que lhe atravessam, mesmo de lugares tão longínquos, mas de maneira uníssona em um diálogo interdisciplinar. Deu-se coincidentemente a temática do amor e todas as suas vertentes, potencialidades e consequências. E aqui, no Brasil, dentro da Casa da Palavra, será construída uma grande árvore, como símbolo da vida e da morte, das paixões e desamores, das lágrimas e júbilos. Do papel que surge da madeira como material do poeta, da seiva que escorre dos galhos como prantos e florescem versos pendurados como frutos. Do tempo que amadurece, falece e cai, renovando a terra que ara esta árvore, num ciclo poético.
No Brasil, o Projeto Internacional de Poesia Gráfica está sob curadoria do artista Tales Jaloretto que convida seu avô, Durvalino Jaloretto, alfaiate aposentado e poeta, a declamar; Giselle Maria, cantora e professora de canto, a cantar e inspirar; Sergio Pires, ator/dramaturgo e diretor, a dirigir a intervenção; Cecília Camargo Bueno, arte educadora, no registro fotográfico e leitura; Cris Novais, tradutora e intérprete em língua espanhola, declamando em Cervantes; Jefferson Brito Ramos, ator/bailarino e arte educador, a interpretar poemas; Beto Perocini, cineasta, no registro visual; Lukas Brazil, artista, na ambientação; Edson Silva, gestor cultural, a nos ciceronear.
Constroem o Projeto Internacional de Poesia Gráfica os poetas Beatriz Rastaldo (Argentina), Rita Valencia Saldivia, Luis Arias Manzo (Chile), Maggy Gómez (Colômbia), George Roca (Austrália), Alba Azucena (Nicarágua), Dusica Nikolic Dann (Sérvia), Elisei Virgil, Domnita Neaga (Romênia), Diego Vadillo López, Blanca del Valle e Ana Jiménez Herrero (Espanha), Alvaro Torres Calderón (Peru), Alexander Anchía (Costa Rica), Tales Jaloretto (Brasil).
No projeto são ao menos cinco poesias de cada autor, e como parte da iniciativa, deve ser realizado o projeto em cada país de origem. E como testemunho final será concebido uma antologia pela editora espanhola Mundibook até junho deste ano.
“El color de la sangre es la pintura en sí misma como el poema es la sangre del poeta” – Mark Chagall