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Desemprego cresce em janeiro no ABC, mas ocupação na indústria segue estável

A taxa de desemprego em janeiro no ABC aumentou de 13,3% para 15%, em comparação com dezembro de 2015. Na análise por setores, o nível ocupacional da Indústria de Transformação manteve-se relativamente estável, com alta de 0,3%, ou geração de mil postos de trabalho, mas caiu nos Serviços (-2,6% ou 16 mil postos a menos) e Comércio (-1,8% ou redução de 4 mil vagas). As informações constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apresentada dia 24 último na sede da entidade.

“O movimento de aumento do desemprego não é uma surpresa, pois a ocupação historicamente cai nesse período do ano. Assim, como a PEA (População Economicamente Ativa), que ficou praticamente estável”, afirmou César Andaku, economista do Dieese.

O nível de ocupação no ABC teve queda de 2,4%, com a eliminação de 29 mil postos de trabalho. O número foi atenuado pelo decréscimo da PEA (6 mil pessoas saíram da força de trabalho da região, ou -0,4%), movimentos típicos para o período.

O desemprego aberto, principal componente do índice, subiu de 10,6% para 11,9% no período. O contingente de desempregados atingiu 211 mil pessoas, 23 mil a mais em relação ao mês anterior. Por outro lado, o contingente de ocupados na região teve retração de 2,4%, para 1,194 milhão de pessoas.

Setorialmente, a estabilidade da Indústria de Transformação teve como destaque o crescimento de 3,1% do segmento de metal-mecânica, com 5 mil postos. “É preciso cautela para se falar em retomada, pois ainda não estamos vendo aumento na produção. Pode se tratar de recomposição do nível de emprego no segmento, que estava baixo“, disse Andaku. No sentido inverso, houve reduções nos Serviços (queda de 2,6% já citada) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-1,8%)
Entre dezembro de 2015 e janeiro deste ano, a taxa de desemprego total manteve-se relativamente estável na Região Metropolitana de São Paulo (de 13,9% para 14,0%), diminuiu em São Paulo (de 13,1% para 12,4%) e cresceu nos demais municípios, excluindo-se a capital (de 15,0% para 16,4%).

O número de assalariados reduziu-se em 1,7%. No setor privado, diminuiu o contingente de empregados com e sem carteira de trabalho assinada (-1,7% e -2,5%, respectivamente). No setor público, o número de assalariados decresceu 0,9%. No mês em análise, reduziram-se os contingentes de autônomos (-5,7%) – em especial dos que trabalham para o público (-7,4%) – e dos ocupados nas demais posições (-5,4%).

Entre novembro e dezembro de 2015, elevou-se o rendimento médio real dos ocupados (3,0%) e, em menor medida, dos assalariados (0,8%), que passaram a equivaler a R$ 2.136 e R$ 2.222, respectivamente. Também cresceu a massa de rendimentos dos ocupados (2,6%), em decorrência do aumento do rendimento médio real, uma vez que houve ligeira redução do nível de ocupação. A massa de rendimentos dos assalariados elevou-se em 3,2%, em função de acréscimos do nível de emprego e, em menor proporção, do salário médio real.

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