Uma relação amorosa pode ser comparada a uma mesa de negociações. Como somos naturalmente egoístas quando o assunto é amor, é natural que os envolvidos procurem “puxar a brasa para a sua sardinha” e que, se não houver objeção do parceiro ou da parceira, um se anule em razão das vontades e das necessidades do outro.
Em alguns relacionamentos é possível notar que um dos parceiros, achando que tudo está bem, mantenha seu comportamento e até mesmo o intensifique acreditando que está satisfazendo o parceiro. Ou seja, se não há reclamações, se não se percebe mudanças no comportamento do outro, isso é um indício de que tudo está correndo na direção certa. Mas é aí que reside o engano. Quem cala consente, mas não necessariamente está feliz em ceder.
Quando há a omissão de um ou de ambos o que acontece, em longo prazo, é a degradação do que ambos sentem um pelo outro, a relação se justifica e se mantém por mera conveniência e o sentimento que um nutria pelo outro começa a desaparecer.
Muitos casais que passam por isso, depois de terem rompido, percebem que foram omissos enquanto estavam juntos. Preferiram se calar a tentar consertar o que estava fora de rumo. A explicação talvez esteja na incapacidade de se dizer o que se sente e o que se pensa, ou a falsa ideia de que tudo o que for dito não será ouvido.
Relacionamentos onde não há diálogo estão fadados ao fracasso. O tempo que isso levará para acontecer pode ser breve ou durar algumas décadas, mas certamente, cedo ou tarde, acontecerá. Se existe alguma culpa nisso, ela também deve ser dividida entre ambos. Se de um lado um dos envolvidos não se preocupou em perguntar, o outro também não se preocupou em dizer aquilo que o incomodava.
Conversar, dialogar e colocar suas ideias e posições para o outro é algo que já evitou conflitos entre nações. Imagine o benefício que isso pode trazer a um simples namoro ou até mesmo a uma relação estável. O importante é estar disposto a fazer isso, estar disposto a tornar algo que se tem melhor e mais prazeroso. E, se mesmo assim a disposição de tomar alguma atitude não nascer, o melhor mesmo é concluir que não havia nada que merecesse ser salvo.