Conselho Municipal trabalha para o tombamento do Moinho São Jorge, da Rhodia Industrial, do Paço Municipal e do Conjunto Residencial Comendador Mansueto Cecchi
O Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André (COMDEPHAAPASA) estuda atualmente o tombamento de quatro bens da cidade. São eles o Moinho São Jorge e a edificação da Rhodia Industrial, ambas na Avenida dos Estados, o Paço Municipal, no Centro, e o Conjunto Residencial Comendador Mansueto Cecchi, na Vila Assunção.
A abertura do estudo do tombamento destes quatro bens já foi publicado nos Atos Oficiais da municipalidade. Com isso, o corpo técnico do Conselho deve dar prosseguimento ao trabalho. Com a abertura do estudo, estes bens passam a ter proteção provisória. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Tiago Nogueira, o trabalho do Conselho tem sido de permanente vigilância e estudos para garantir a preservação dos bens históricos da cidade. “O avanço da verticalização urbana é inevitável, mas não menos importante do que a memória histórica e mesmo afetiva da população”, afirmou.
O Moinho São Jorge, fundado em 1951, se consolidou como uma referência na história da região, do ponto de vista econômico e também cultural. Além de sua edificação possuir características diferenciadas em relação a outros edifícios industriais, a fábrica conta com um salão de festas, o chamado “Palácio de Mármore”, inaugurado em 1960 e, também, uma Capela, cujos vitrais se destacam como obra de arte.
A Rhodia se instalou em Santo André em 1921 com a fábrica de produtos químicos e farmacêuticos, atraída pelas vantagens que a região apresentava, como a estrada de ferro São Paulo Railway e a proximidade do rio Tamanduateí e seus afluentes. A Rhodia, portanto, contribuiu para a formação da área industrial e concentração de bairros operários que caracterizaram o Grande ABC durante muitas décadas.
De origem francesa, a Rhodia inicialmente produziu analgésicos em pavilhões reservados totalmente à produção farmacêutica. A indústria ganhou notoriedade também pela importação e posterior produção do lança-perfume, sucesso nos carnavais brasileiros nas primeiras décadas do século 20. Em 2011 a Rhodia se uniu à belga Solvay, dando continuidade à produção de novas especialidades químicas.
O Paço Municipal, também conhecido como Centro Cívico, foi inaugurado em 8 de abril de 1969. O projeto, escolhido através de concurso público, é do escritório do arquiteto Rino Levi, e é formado pelo conjunto de edifícios formado pelo Paço, a Câmara de Vereadores e Centro Cultural (Teatro Municipal, Biblioteca, Auditório e sede da Secretaria de Cultura). O paisagismo é de autoria de Burle Marx que também fez a tapeçaria (instalada no 9º andar do edifico do Executivo), o painel tríptico no saguão do teatro, e o púlpito, localizado na praça entre os três poderes. Também faz parte do conjunto o Fórum, que é de autoria do arquiteto Jorge Bonfim. O Centro Cívico foi tombado pelo Condephaat em 2013 como exemplar desse tipo dentro do conjunto das obras do autor.
O Conjunto Residencial Comendador Mansueto Cecchi, na Vila Assunção, foi construído no início da década de 1950 e é um exemplar de ocupação destinada à classe média dentro da lógica e do contexto da oferta habitacional da época.
O Conjunto leva o nome do seu construtor, Manuseto Cecchi, que atuou no município e região no loteamento de pequenas glebas e na construção e financiamento de conjuntos residenciais.
Outros bens
Outros seis bens estão na lista de estudos de tombamento. São eles, o Maciço do Bonilha, a sede da IAP, a antiga sede da Companhia Telefônica da Borda do Campo (CT BC), a Concha Acústica da Praça do Carmo, a EMEIEF Profa. Therezinha Monteiro Barros Nosé e a Escola Estadual Adamastor de Carvalho. Estes bens possuem também têm proteção provisória.
Santo André possui ao todo 24 bens culturais protegidos como Patrimônios Culturais, sendo 22 tombados e 2 registrados. O tombo e o registro de bens culturais são instrumentos de proteção previstos na Lei Municipal nº. 9.071 de 5/9/2008 e cabe ao Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André (COMDEPHAAPASA) a sua aplicação.