Setor de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas gerou 11 mil vagas
O índice de desemprego nas sete cidades do ABC registrou queda pelo segundo mês consecutivo, passando de 16,4% em agosto para 16,0% em setembro. Entre os setores analisados, o segmento de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas foi o destaque do mês passado, com geração de 11 mil postos de trabalho. Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em parceria com o Consórcio Intermunicipal, apresentada na sede da entidade regional.
Apesar da tendência de queda no desemprego observada nos últimos quatro meses no ABC, ainda não é possível falar em retomada da economia, de acordo com César Andaku, economista do Dieese, durante a divulgação da pesquisa. “Um dos setores mais atingidos pela crise foi a indústria, impactando o ABC. A redução no índice de desemprego não reflete ainda uma melhora da economia no país”, afirmou.
Conforme a análise setorial da PED, a geração de 11 mil vagas no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (alta de 5,7%) influenciou positivamente o resultado. Por outro lado, houve retração de 3,0% nos Serviços (eliminação de 20 mil postos) e queda de 1,1% na Indústria de Transformação (perda de 3 mil vagas), com destaque para o segmento de metal-mecânica, que registrou recuo de 9,6%, com diminuição de 13 mil postos.
Em setembro, o total de ocupados na região registrou recuo de 0,4%, passando a ser estimado em 1,188 milhão de pessoas. No mesmo período, o contingente total de desempregados na região foi estimado em 226 mil pessoas, 8 mil a menos em relação ao mês anterior. O resultado foi influenciado pela diminuição de 0,9% da População Economicamente Ativa (PEA), com 13 mil pessoas deixando a força de trabalho da região, e pela queda de 0,4% do nível de ocupação (eliminação de 5 mil postos de trabalho).
O economista do Dieese ressaltou que a redução da PEA tem sido o principal responsável pela redução da taxa de desemprego no ABC. “Em anos anteriores, o número de pessoas ativas estava crescendo, em um cenário com uma geração de emprego superior ao número dos que estavam ingressando no mercado. Entre junho e setembro de 2016, 26 mil pessoas deixaram a força de trabalho do ABC, o que sugere um desânimo na procura por trabalho como efeito da crise, afastando muitas pessoas do mercado”, explicou Andaku.
Em setembro, o número de assalariados na região caiu 1,5%. No setor privado, diminuíram o contingente de empregados sem carteira de trabalho assinada (-5,3%) e pouco variou o com carteira (-0,3%). No setor público, o número de assalariados recuou 6,8%. O contingente de autônomos diminuiu 1,1%, como resultado da expansão dos que trabalham para o público (2,8%) e da redução mais intensa para os que trabalham para empresa.
Entre julho e agosto de 2016, o rendimento médio real dos ocupados recuou 3,2%, para R$ 2.138, e o dos assalariados caiu -2,9%, para R$ 2.180, respectivamente. Também diminuíram as massas de rendimentos dos ocupados (-2,9%) e dos assalariados (-4,8%), no primeiro caso devido, exclusivamente, à redução do rendimento médio real, enquanto para os assalariados, como decorrência de diminuições do salário médio real e do nível de emprego.