Transparência é um assunto de extrema importância e se constitui em objeto de desejo de toda sociedade voltada ao combate à corrupção e que exige ações efetivas para que recursos públicos sejam destinados efetivamente para suas finalidades precípuas.
Nesse contexto, o Observatório Social do Brasil tem relevante importância. Está presente em mais de 100 cidades e em 19 estados brasileiros. É uma cultura em formação, de voluntariado, onde o cidadão participa na fiscalização do dinheiro público.
O Observatório de SCS, existente há dois anos e meio, formado por membros da sociedade civil, profissionais liberais, etc, conta com pessoas conhecidas e respeitadas na comunidade, cidadãos dignos e de caráter ilibado e imbuídas das melhores intenções.
Em uma província como a nossa, que guarda características de cidades de interior, onde praticamente todos se conhecem e têm relações amistosas, essa missão não é nada fácil, visto que os interesses pessoais acabam por interferir nos da coletividade.
Entrei na página do OS do Brasil no Institucional. Os princípios ali contidos são profundamente relevantes e promissores para uma sociedade que busca a transparência, luta pela ética e é contrária à malversação do dinheiro público. Todavia, há controvérsias.
Para citar apenas um exemplo, o item que se refere a Valores, descreve: “Apartidarismo; cidadania; comprometimento com a justiça social; atitude ética, técnica e proativa; ação preventiva e visão de longo prazo”. O que vem a ser apartidarismo? Vejamos:
“Ideologia política, na qual organismos (movimentos sociais, associações, agremiações, etc) ditos apartidários, prezam por manter distância entre o que é construído e/ou defendido dentro da organização e interesses quaisquer de qualquer partido político”.
Ocupar a chefia da pasta da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Relações de Trabalho durante a gestão anterior significa o quê? Outra: participar publicamente da elaboração de programa de governo de um candidato a prefeito significa o quê?
Para quem preconiza a ética e transparência, não me parece ético ou transparente e muito menos apartidário que essas pessoas estejam à frente do Observatório Social de São Caetano, ademais, fazendo parte de um conluio advindo de um grupo político.
Os vínculos são inquestionáveis, não há como negar. Há uma queda de braço entre o governo anterior e o atual e essa polarização é péssima para o município e os munícipes. Na minha percepção, tentar negar essa vinculação é pura hipocrisia.
Ética e transparência, queremos sim, mas sem conotação política que os “paladinos” denotam. Os interesses da cidade estão acima dos interesses de grupos ou pessoas e o Observatório Social de SCS só poderá atingir os objetivos se for imparcial e transparente.
Roberto Corvello