O seu cãozinho é daqueles que uiva, late em demasia e destrói tudo o que vê pela frente quando não tem ninguém em casa? Não come e fica apático dormindo o dia todo? Só erra o local das necessidades quando está sozinho? Se você se identificou com estes casos, talvez o seu amigo esteja apresentando um problema comportamental chamado ansiedade de separação, que é quando o pet fica ansioso, em pânico ou entediado na ausência dos tutores.
Ocorre muito em cães que foram separados precocemente da ninhada ou com idosos, pois, com perda ou diminuição dos sentidos eles acabam se sentindo mais inseguros sozinhos. Animais com histórico de abandono ou medrosos também podem desencadear mais facilmente o problema.
Viver em grupo é um comportamento natural de cães domésticos, seja ele composto por outros cães, animais de outra espécie e/ou nós, humanos. Porém, ensinar independência ao cão é fundamental para que ele não sofra quando for preciso sair para trabalhar, ir ao mercado ou realizar situações cotidianas em que nem sempre os peludos podem ser levados.
Para auxiliar o pet a enfrentar a situação que é tão difícil para ele, seguem algumas dicas:
• Controle de ansiedade: é importante entrar e sair de casa sem dar atenção a ele, para não valorizar ainda mais esse momento e acabar reforçando a ansiedade dele. Não fazer despedidas dramáticas. Ao chegar em casa, entre sem falar com ele, vá ao banheiro, troque de roupa e lhe dê atenção quando estiver mais calmo.
• Não dê broncas por conta da bagunça que ele fez na sua ausência: cães não associam uma bronca tardia a uma bagunça feita anteriormente. Dar uma bronca no cão só vai deixá-lo ainda mais ansioso, pois, além de aguardar o retorno de seu tutor, ele passará a ficar em dúvida se levará ou não uma bronca quando seu dono chegar em casa.
• Dê atividades para que não fique entediado sozinho: deixe brinquedos que ele goste ou algum petisco que leve mais tempo para ele comer, como uma orelha de boi desidratada. Em vez de deixar a ração no pote, esconda-a em alguns pontos estratégicos no local que ele fica quando sozinho. Existem também brinquedos interativos, onde se coloca a ração ou petisco picado e o pet deve rolar o brinquedo para que o quitute seja liberado. Mas atenção! Todos os brinquedos fornecidos ao pet devem ser disponibilizados pela primeira vez sob supervisão, a fim de observar o tipo de interação que o peludo terá com estes itens. Caso ache que não é um brinquedo seguro para deixar com ele sem supervisão, tente outros tipos.
• Treine liderança e limites: estabelecer regras e limites ao cão é muito importante para que ele aprenda a lidar com frustrações. Não faça sempre as vontades dele. Cães mimados acabam sofrendo muito na ausência dos tutores.
• Faça pequenas separações com ele: ensinar o comando “fica” (aprenda a ensinar este comando aqui) é importante para que ele não fique seguindo os tutores o tempo inteiro e aprenda a lidar melhor com a situação quando realmente precisar ficar só.
• TV ou rádio ligados e uma peça de roupa velha com o cheiro do tutor ajudam a deixar o ambiente mais confortável e familiar para o cão.
Caso tenha dificuldades com o treino, consulte um adestrador!
Por Tatiane Abe, adestradora e franqueada da Cão Cidadão