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Com lição de gestão, Prefeitura de São Caetano fecha o ano no azul

Em entrevista, prefeito José Auricchio Jr. faz balanço sobre 2017 e projeções para o próximo ano.

Centrado desde o início de sua terceira administração, o prefeito José Auricchio Júnior fala um pouco dos acontecimentos administrativos bem como o árduo trabalho seu e de sua equipe para direcionar totalmente a transparência administrativa, que foi implantada nesses primeiros meses. A ordem é transparência total em todas as áreas. Neste período também foram enviados ao Legislativo importantes projetos (cerca de 60) e todos aprovados, – o que coloca a administração no eixo, bem diferente do que a que foi encontrada em janeiro passado quando assumiu a prefeitura.

Imprensa ABC: Desde janeiro, o sr. fala que 2017 seria um ano difícil e cheio de ajustes. Qual o panorama agora, em dezembro?

José Auricchio Jr.: Hoje, apresentamos um superávit nominal de R$ 33 milhões. O número final teremos só no fechamento do ano, mas já podemos dar a boa notícia de que a cidade está no azul e que, com esforço de toda a Prefeitura, todos os secretários e servidores, conseguimos reverter o cenário caótico do início do ano para um cenário de boas perspectivas para 2018.

Imprensa: Como foi possível esse resultado em apenas um ano?

Auricchio: Na verdade, nossa projeção era tirarmos a cidade dessa situação difícil em 24 meses. Mas as medidas surgiram efeito imediato, houve um sacrifício do munícipe e de todos que trabalham na Administração. Foi um remédio amargo, mas para o próximo ano conseguiremos inclusive recuperar nossa capacidade de investimento com recursos próprios da Prefeitura na ordem de mais de R$ 48 milhões.

Imprensa: Qual era o tamanho da dívida?

Auricchio: Tínhamos cerca de R$ 190 milhões em restos a pagar e reclamações de fornecedores. Sendo que, em caixa, havia apenas R$ 26 milhões. Ou seja, as contas apresentavam um déficit de R$ 164 milhões, num cenário difícil da economia do país, o que reduzia ainda mais nossas expectativas em relação à arrecadação. Por isso as medidas foram fortes. Renegociamos todos os contratos, reduzindo valores em média de 25%. Devolvemos carros e celulares alugados. Houve exoneração de cerca de 2.000 funcionários, cargos comissionados foram congelados em 30%. E no geral, o orçamento municipal foi contingenciado em 26%.

Imprensa: A máquina da Prefeitura estava inchada?

Auricchio: Conseguimos reduzir a despesa com pessoal em 21,5%. Em 2016, a folha de pagamento consumia 60,5% do orçamento, o que está acima do limite permitido pela lei. Agora, estamos com 48,1% do orçamento destinado à folha de pagamento. Reduzimos também o custeio da máquina, que em 2016 estava em R$ 518 milhões e, agora, está em R$ 366 milhões. Ou seja, redução de 29,4%.

Imprensa: Como essa redução de gastos afetou o dia a dia da cidade?

Auricchio: Algumas pastas foram mais afetadas neste primeiro ano, como Esporte e Cultura. Mas sem deixar de atender a população. Outras áreas são prioridade da Administração e não sofreram tantos cortes, afinal precisavam reorganizar todo o seu atendimento, como é o caso da Saúde. Muitos espaços precisaram de reformas, tivemos de fechar o Hospital de Emergências Albert Sabin, que estava em estado precário, para ser reformado. Temporariamente todas as emergências estão sendo atendidas no Hospital São Caetano, que também reformamos para esta finalidade. Lançamos programas para redução das filas de consultas e exames. Regularizamos a entrega de medicamentos na cidade, inclusive conseguindo economia na compra dos remédios. Enfim, foi aplicado um choque de gestão, para que São Caetano se recuperasse financeiramente e retomasse seu padrão de qualidade nos serviços públicos.

Imprensa: Com a cidade no azul, quais as perspectivas para 2018?

Auricchio: Como eu disse, estamos fechando o ano com superávit e temos uma previsão de investimento próprio de cerca de R$ 48 milhões. Isso significa que poderemos recomeçar a investir em novas obras e programas que trarão novidades e aperfeiçoamento nos serviços municipais. Além disso, com as contadas sanadas, o Banco do Brasil revisou o grau de risco de São Caetano do Sul; tínhamos nota C em 2016, e agora temos nota A. Isso é muito importante, pois determina o grau de confiabilidade da nossa gestão diante dos órgãos nacionais e internacionais de financiamento. Tanto que já temos projetos pré-aprovados de investimentos que, em breve, poderemos anunciar, principalmente nas áreas de saneamento e mobilidade.

Imprensa: A questão da transparência tem se tornado um dos principais assuntos em administrações públicas. O que a Prefeitura fez nesse sentido em 2017?

Auricchio: Criamos a Controladoria Geral do Município. São Caetano é a primeira cidade fora a Capital a ter esse órgão de combate à corrupção e prevenção a irregularidades e ilegalidades em contratos públicos. Neste ano, também lançamos o Diário Oficial Eletrônico, tornando disponível à população todas as informações públicas de atos oficiais do município. Nosso Portal da Transparência está em transformação e já oferece muito mais informações conforme regras da CGU (Controladoria Geral da União).

Imprensa: Quais outras ações o sr. considera de destaque deste ano na gestão?

Auricchio: Na verdade, todas as secretarias tiveram muito trabalho para reorganizar tudo. E ainda assim, muito foi realizado, com empenho, dedicação e parcerias. Por isso, gostaria de antemão deixar um agradecimento a todos. Pois os resultados não seriam possíveis se não houvesse trabalho sério e amor à cidade. Quero deixar uma palavra de esperança para o próximo ano, com boas perspectivas para o município e continuação do nosso trabalho.

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