Lei estadual promulgada neste 2018 visa celebrar data anualmente, em 23 de setembro, com objetivo de divulgar a doença, suas causas e as formas de tratamento
Neste domingo, dia 23, marcará a primeira edição do Dia Estadual de Conscientização sobre a Dermatite Atópica. Promulgada em abril deste ano, a lei n° 16.709/2018 tem por objetivo abrir espaço para a maior divulgação da doença, suas causas e as formas de tratamento, em função da grande incidência na população. Segundo a Organização Mundial de Alergia (World Allergy Organization, WAO), a dermatite atópica é a doença inflamatória crônica mais comum da pele, tipificada principalmente por pele seca e com prurido (coceira). Afeta todas as idades, mas geralmente começa em bebês e crianças antes dos 5 anos. A prevalência varia entre 2% e 5% da população geral. No entanto, em crianças e adultos jovens pode chegar a 15%.
Também conhecida como eczema atópico, a doença caracteriza-se por lesões cutâneas muito pruriginosas. Tem como sinal mais importante o ressecamento da pele, que pode ser acompanhado por descamação e vermelhidão, podendo evoluir para o envolvimento de toda a pele, com repercussões em todo o organismo. Apesar de ser uma doença genética crônica, existem fatores ambientais que atuam de forma importante como desencadeantes. São eles: poluição, tempo muito seco, poeira, detergentes e produtos de limpeza em geral, roupas de lã e de tecido sintético, frio intenso, calor e transpiração, infecções, estresse emocional e determinados alimentos.
“A dermatite atópica é considerada um problema de saúde pública, pois tem grande impacto na vida das famílias, principalmente pelo aspecto das lesões de pele e pela coceira intensa, que podem levar a alterações de sono e comprometer a qualidade de vida, o trabalho, a escola e o convívio social dos pacientes”, revela a professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e uma das coordenadoras da Associação de Apoio à Dermatite Atópica do ABC (AADA-ABC), Dra. Cristina Laczynski, que alerta: “Um dos principais problemas que enfrentamos hoje, infelizmente, ainda é o preconceito. Em função da aparência e da extensão das lesões, muitas vezes os pacientes são vítimas de bullying nas escolas ou na faculdade. É preciso deixar claro que a dermatite atópica não é contagiosa. Precisamos divulgar informações corretas sobre a doença, para diminuir o preconceito, melhorar a qualidade de vida e a inclusão social dessas pessoas”.
TRATAMENTO
Segundo a especialista da FMABC, o uso de hidratantes é fundamental para minimizar o ressecamento da pele, assim como o acompanhamento periódico com dermatologista ou alergista, que oferecerá aos pacientes as orientações e terapias mais adequadas para cuidar e controlar a doença. Em quadros mais graves, pode ser necessário o uso de imunossupressores e imunobiológicos. “É preciso estar atento também ao ato de coçar a pele e com possíveis escoriações, fatores importantes que podem levar a infecções”, informa Laczynski.