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Não aboletamos e nem pulamos de barco

Em épocas eleitorais, sempre tem àqueles que ao menor sinal de perda de seu amigo candidato, acabam pulando do barco para não sofrer as derrotas e muito menos perder suas boquinhas quando saem dos governos onde conseguiram alguns benefícios. Isso é comum em política, e porque não na democracia, onde acreditam que tudo podem. Por isso o Brasil de norte a sul, teve uma avalanche de despedidas de famílias que não largavam o osso do poder há mais de 30, 40 anos e agora se veem a berlinda e sem rumo. Os que não quiseram perderam estas boquinhas pularam de seus barcos e tentam se aboletar em outros novos. Pode até dar certo momentaneamente, mas, não é suas casas, e muito tempo ali não permanecerão. Aqui na região aconteceu a mesma coisa na última eleição, quando viram que seus protetores perderiam as eleições, pularam do barco, assim como acontece agora no resto do país. É só prestar atenção nos grandes partidos e verás o que está a ocorrer.

PSDB encontrou seu inferno particular

Nestas eleições, a cúpula do PSDB pensou errado novamente com Geraldo Alckmin, presidente do partido e candidato a presidente da República, e tomando as decisões sozinho, principalmente que optou em apoiar dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo, – seu vice e candidato Marcio França do PSD e João Doria, seu afilhado político do PSDB e ex-prefeito da capital. Esqueceu que, as intrigas partidária, primeiramente como candidato majoritariamente no lugar de Alckmin, e não como a governador, como acabou acontecendo para atrapalhar os planos de Marcio França a ocupar de vez a cadeira de Alckmin no Estado. Pior para o PSDB de Alckmin, que optou em ter dois palanques no Estado, atolando o partido numa vala sem fim, que o deixou próximo ao inferno. Atitudes erradas a parte, agora não adianta mais, a destruição do partido foi quase total em nível nacional. O PSDB saiu desta eleição fragilizado, esfacelado e sem rumo, visto que seus principais figurantes acabaram apoiando candidatos contrários ao partido e contra a própria candidatura Alckmin, que não decolou e acabou perdendo espaços importantes em termos legislativos e governamentais.

Velhos políticos estão fora

A renovação foi a grande marca desta eleição, tanto em nível estadual, quanto no federal. Nas assembleias legislativas, a renovação média foi de 60% dos deputados, deixando de fora alguns caciques políticos que perderam espaço para os candidatos novos, sem nenhuma malícia, e aqueles que são contra qualquer tipo de corrupção no meio político. Na Câmara Federal também foi a mesma coisa, tanto que o atual presidente da Câmara, Eunicio Oliveira, está fora da próxima legislatura depois de décadas no poder, bem como outros “líderes” nacionais, dentre eles a família Sarney, os Cunha, Chico Alencar do Psol, Cristovam Buarque do PPS, Darcísio Perondi (MDB) líder do presidente Temer na Câmara, Arnaldo Faria de Sá PTB – com oito mandatos, senador Magno Malta – PR, Miro Teixeira – Rede com 11 mandatos, Orlando Silva PCdoB, Roberto Requião – PMDB, Romero Jucá – MDB, além de toda a cúpula do Senado, que foi renovada em 24 membros dos 32. Essa renovação é a maior da história do país, e deve mudar os rumos da política, é o que a eleitor quer depois de vários anos em que a maioria dos congressistas estão envolvidos em escândalos e corrupção.

Reviravolta no ABC

A política é muito dinâmica, e todos estão cansados dos falastrões políticos que andam por aí, só ganhando e nada fazendo de útil a população. Desta vez, o eleitor do Grande ABC deu o troco neles, e elegeu novos representantes, renovando a maioria da bancada federal e estadual da região. Alex Manente, Luiz Carlos Motta, Vicentinho, Teonillo Barba, Carla Morando, Luiz Fernando Teixeira, Thiago Auricchio, Marcio da Farmácia, José Carlos Orosco Junior e Coronel Nishikawa, foram os eleitos no último domingo para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Desta vez, não conseguiram os votos suficientes para se eleger os deputados Luiz Turco e Ana do Carmo, além dos candidatos a deputados de ex-prefeitos que não conseguiram legenda e/ou perderam nas urnas, como foi o caso de José De Felippi (Diadema), Aidan Ravin (Santo André) e Oswaldo Dias (Mauá) e Donisete Braga (Mauá).

Átila Jacomussi revoga decreto de calamidade financeira

Novo documento solicita providências administrativas de controle orçamentário e contenção de despesas

O prefeito de Mauá, Átila Jacomussi, revogou o decreto de calamidade financeira do município instituído pelo governo interino de Alaíde Damo. O novo decreto de nº 8474, que anula todas as ordens anteriores, estabelece também diretrizes e providências administrativas de controle orçamentário e contenção de despesas na administração pública.
De acordo com o prefeito, o primeiro decreto visava atrair recursos estaduais e federais, o que não aconteceu, além de ser inconstitucional porque não tinha embasamento jurídico e ia contra a lei eleitoral. “Se o governo interino quisesse fazer uma política de contenção, tinha que fazer a lição de casa. Não tomaram nenhuma medida, pelo contrário, mandaram muita gente embora e as rescisões pagas aumentou os gastos na folha de pagamento. Além disso, muitos contratos e convênios foram reincididos, acumulando ainda mais dívidas e precarizando o serviço prestado à população”, explicou Átila.
Alguns exemplos de desassistência de serviços básicos neste período foram: o fechamento do pronto socorro do Hospital Nardini, diminuição na realização de exames, o contrato com a Santa Casa que fazia mamografia foi encerrado, o contrato de locação de viaturas não foi renovado, utilizando veículos emprestados de São Bernardo do Campo e o Café do Trabalhador (que oferecia café da manhã gratuito no terminal de Mauá) foi extinto.
“Quem perdeu foi o povo, após a implementação do primeiro decreto a desconfiança dos fornecedores aumentou, evitando que muitas empresas participassem de licitações. A cidade ficou sem credibilidade e não conseguimos administrar sem estes recursos”, frisou o prefeito.

Samuel Oliveira: Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.

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