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Santo André terá nova proposta curricular nas escolas municipais

Elaboração do currículo contou com a participação coletiva dos professores da rede; evento reuniu 2 mil profissionais da Educação nesta segunda-feira

Os cerca de 2 mil professores da rede municipal de ensino de Santo André conheceram as linhas gerais da nova proposta curricular que será adotada nas escolas a partir do ano que vem. O novo currículo é o primeiro que unifica os conteúdos e seus sistemas de aplicação nas escolas da cidade, e foi construído com a participação coletiva dos profissionais da Educação, em reuniões que tiveram início em 2017. O tema foi assunto de dois encontros realizados no Clube Atlético Aramaçan.

“Em um primeiro momento, assim que assumimos a administração da cidade, nos dedicamos à solução de questões urgentes na educação de Santo André, como implementação de uma merenda de qualidade, garantia de uniforme e material para os alunos, ampliação no número de creches, inauguração do novo Cesa no Jardim Irene. Mas paralelamente a isso tudo, o novo currículo foi discutido e formatado, garantindo também a educação de qualidade que queremos para as crianças de Santo André”, afirmou o prefeito Paulo Serra.

Até agora a EJA (Educação de Jovens e Adultos), a educação infantil e o ensino fundamental tinham abordagens diferentes, e algumas escolas trabalhavam com projetos pedagógicos distintos. “Esta é a primeira vez que definimos concepção única de educação para Santo André, que vai unificar os conteúdos e a forma como serão trabalhados nas diversas etapas do ensino”, destacou a secretária adjunta de educação, Gilzane Machi. “As diretrizes do novo currículo vão oferecer um porto seguro ao professor que deseja melhorar sua estratégia de ensino”, destacou.

De acordo com a secretária adjunta, a concepção que mais atende as necessidades dos alunos de Santo André, adotada depois de muito estudo e discussões, baseia-se na concepção educacional sócio-histórico-cultural do pensador Levy Vigosdky. “É um modelo de educação que, na visão dos profissionais de Santo André, é mais viável e mais indicado para as nossas comunidades, pois propõe o respeito às especificidades de cada região, por exemplo das escolas da áreas de manancial ou das que recebem refugiados, além de valorizar o conhecimento trazido por cada estudante e a partir daí dar início a aplicação do conteúdo. Além disso, essa proposta pode ser modificada com o tempo, de acordo com as necessidades detectadas pelos professores. Mas o importante é que seja um documento com validade, que independa de quem está à frente do governo”, afirmou Gilzane Machi.

Após a apresentação realizada nesta segunda-feira, haverá discussões sobre sistema de avaliação. O documento final será então apresentado para a apreciação do Conselho Municipal de Educação e em seguida passará por aprovação na Câmara Municipal. A necessidade de estabelecimento de diretrizes pedagógicas para a aplicação dos currículos nas cidades brasileiras está determinada no Plano Nacional de Educação, de 2014. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elaborada em seguida, passou a ser uma referência para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares do país. Santo André, ao formatar sua nova matriz curricular unificada, conseguiu equacionar as diretrizes da BNCC com as necessidades do município.

“Vai mudar metodologia, a maneira como se ensina e como aluno aprende. Acredito que em pouco tempo vamos sentir mudança no resultado, porque a nova proposta usa modelos vindos da comunidade de onde o aluno veio. Assim o aprendizado é mais significativo e as matérias são aprendidas de forma mais fluida”, concluiu a secretária adjunta de Educação.

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