O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, afirmou no início da semana que a reforma da Previdência é urgente, mas que é preciso avaliar se há clima para aprovação do texto neste ano. Maia disse que depende das condições de articulação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para conduzir uma eventual aprovação da proposta encaminhada em 2016 pelo presidente Temer e lembrou que faltam dois meses para a atual legislatura acabar e metade dos parlamentares não foi reeleita.
“Não é uma articulação simples. Devemos ter paciência, esperar a constituição da transição do governo”, disse.
Questionado se seria preferível votar uma outra proposta da Previdência depois que o novo governo tomar posse, Maia disse que não dá para fazer previsão, embora defenda a importância de resolver o déficit do sistema. “Entre o que eu acho e o que nós temos condições de aprovar, é um caminho muito longo. Não posso criar expectativas sobre o que eu ainda não controlo”, afirmou.
“Para caminhar nessa discussão, quantos votos a reforma têm (para ser aprovada), eu precisaria começar a trabalhar com alguns líderes, para compreender qual o ambiente da Casa. Hoje, eu não tenho essa informação, se faltam 20, 50, ou se é viável a aprovação do texto”, explicou.
Desarmamento
Na questão do desarmamento também afirmou que a votação do texto que altera o Estatuto pode ocorrer ainda neste ano, mas que isso também depende da disposição da Câmara, não marcando prazo para que os parlamentares decidam sobre o tema.
A mudança no estatuto do Desarmamento vem sendo discutida há muitos meses com a bancada da segurança pública. Rodrigo Maia explicou que há um texto que pode, inclusive, restringir ainda mais o acesso à posse, mas retira o poder discricionário da Polícia Federal de decidir se o cidadão tem ou não a necessidade de ter uma arma. Para Rodrigo Maia, a polêmica maior é sobre a ampliação do porte de armas nas zonas rurais.