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Vítima?

O quanto você acredita ser vítima numa situação, seja ela qual for? Admite que está subjugado e que o outro tem plenos poderes sobre você? Quer seja por violência física ou psicológica, quer seja por domínio econômico, injustiça, perseguição, preconceito, maldade, distúrbio mental ou algo que ainda não pensei?

Seja qual for o motivo não existe alguém na face desta Terra que não tenha, pelo menos, uma ínfima condição para se defender. A não ser que acredite na sua incapacidade, justiça divina ou humana para merecer o sofrimento.

Mesmo sem perceber, de alguma forma, damos ao outro a permissão de nos maltratar e se não descobrirmos de que maneira permitimos a violência, não a resolveremos em sua raiz.

Em qualquer circunstância há pelo menos dois comprometidos e para que tudo permaneça nas mesmas condições, todos os envolvidos precisam fornecer energia, sua parcela de contribuição para alimentar a forma e qualidade da relação.

Se você acreditar e sentir que é a vítima no caso, o tempo que dispender com sentimentos de inferioridade, mágoa, raiva, medo, desamparo, desigualdade, desorientação, dúvida, e se além de tudo isto, firmar a culpa alheia pelo seu estado lamentável, creio que suas chances de modificar a circunstância tornam-se mínimas ou quase inexistentes. Porque olhar para si como o sacrificado, certamente o colocará na posição de incapaz.

Mas, ao escolher a autoanálise e buscar pela parte que lhe cabe de responsabilidade no que ocorre, todo cenário muda. Identificar os próprios aspectos que alimentam o desequilíbrio da relação, lhe propicia a consciência do que deve modificar em si, para não mais contribuir com o fato e por isto abrir suas portas para sair do sofrimento, isto é, ao investigar com afinco as raízes internas da sua maléfica condição, poderá alterá-la. Eis a chave da liberdade! Autoconsciência.

E quando admitir que existe em seu ser uma força motriz para sair do seu penar e não acreditar no estado de vítima, com a consciência dos seus motivos internos, que alimentam a relação, o mal, como um tumor sem irrigação sanguínea, perecerá ou seja, o cenário mudará, porque você modifica sua posição, assim como num jogo de xadrez: a mudança de uma peça de forma adequada, altera o jogo e se for na mira, é xeque-mate!

Ala Voloshyn: Psicóloga. Escritora. Blogueira. Contadora de Histórias. Mediadora de Conversa Filosófica. Blogs: alavoloshyn, livrosvivos - SoundCloud

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