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Grande ABC debaixo d´água

(Foto: Reprodução TV Globo)

Dez horas de chuva intensa causou a maior enchente dos últimos 30 anos da região

A população do Grande ABC, mais precisamente de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires, não via uma enchente tão grande como a que ocorreu na região desde o início dos anos 90 e com tantos prejuízos a população.

As fortes chuvas que ocorreram no final da tarde do último domingo (10) até a madrugada de segunda-feira (11), teve consequências incalculáveis para a região, bem como seus moradores que residem em áreas de risco eminente de enchentes, com saldo de 13 mortos por afogamentos e deslizamentos de terra e milhares de famílias desabrigadas.

Cerca de 5 mil famílias em todas as cidades da região, perderam tudo e terão de recomeçar novamente.

Os bairros mais afetados foram a Vila Vivaldi, Rudge Ramos, Centro de São Bernardo, centro de Santo André, Santa Terezinha, Utinga, Bairros Prosperidade, Fundação, Santo Antônio, Cerâmica, São José e Jardim São Caetano e em Mauá, o centro da cidade e deslizamentos de terras que provocaram mortes.

Em alguns locais citados, a água atingiu cerca de até três metros de altura como nos bairros Fundação e Bairro São José, onde carros foram arrastados pela enxurrada, assim como nas divisas com a cidade de São Paulo, nas vilas Prudente e Alpina, parte do Parque São Lucas, São João Clímaco, Vila Carioca e Ponte Preta que divisam a região do ABC.

A população idosa e crianças em alguns casos foram descolocados de suas residências através de botes salva-vidas do corpo de bombeiros da região e moradores que disponibilizaram suas embarcações para ajuda comunitária, além da Polícia Militar que resgatou dezenas de pessoas ilhadas em seus veículos através de seus helicópteros.

Prefeitos irão ajudar

Medidas paliativas de ajuda a população foram divulgadas pelos prefeitos de São Caetano, Santo André e São Bernardo – que de imediato já anunciaram a isenção de impostos (IPTU), taxa de água e isenção da taxa de coleta de lixo para as famílias poderem se reestruturar e comprar novos móveis e utensílios domésticos, amenizando a dor perda.

Em São Caetano, o prefeito José Auricchio Júnior, disse que vai adotar medidas diferenciais e auxiliar financeiramente as famílias por um período de seis meses, medidas já inseridas nos programas sociais, onde cerca de 1000 famílias receberão esta ajuda que vai ser de meio a um salário mínimo no período, além de colocar todo o equipamento de saúde a disposição da população.

Medidas idênticas devem ser adotadas também em São Bernardo do Campo pelo prefeito Orlando Morando de acordo com suas declarações, e em Santo André pelo prefeito Paulo Serra, que percorreu todas as áreas alagadas.

Fundos Sociais em mutirão

Os fundos sociais e de solidariedade dos municípios, estão trabalhando com força máxima para arrecadar roupas num primeiro momento e mantimentos à população depois, visto que a maioria das pessoas a serem beneficiadas perderam tudo, e não tem condições de fazer suas próprias refeições. Em São Caetano, a prefeitura também disponibilizou, os centros da terceira idade e seus fornecedores, para preparar refeições a população.

Solidariedade da população

A população da região, que sofreu perdas, mas, já conseguiu se reestruturar, porque não foram afetadas tão drasticamente pelas enchentes, estão ajudando o máximo possível através de mutirões e servindo refeições aos moradores que não tem condições de prepará-los, tudo isso sem a ajuda das administrações. Pura solidariedade e amor ao próximo, falam os moradores.

Mutirão de limpeza

Além da população afetada pelas enchentes e as prefeituras dos municípios estão provendo um mutirão para a retirada de centenas de toneladas de entulho deixadas pelos moradores para poderem fazer limpezas em suas residências e deixá-las habitáveis novamente. Uma das principais preocupações da população agora é limpar e desinfetar tudo para não ter problemas de doenças, como a leptospirose.

Rudge Ramos o último a conseguir tirar água

Alguns dias depois, o bairro do Rudge Ramos, um dos mais castigados pela chuva e enchente, continuava alagado na quinta-feira (14) e a prefeitura tentando retirar a água com bombas pouco eficientes e a população com água na porta de suas casas. De acordo com informações, as bombas estavam com problemas por isso não foram acionadas na região.

Estado, região e ministro se reúnem

O governador João Doria, bem como os prefeitos de São Paulo Bruno Covas (SP) e das cidades do grande ABC atingidas pela grande enchente, se reuniram na última quinta-feira (14) com o Ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, para tentarem solucionar o problema das enchentes que assolam a região há várias décadas, e sem o apoio federal, as cidades e nem o Estado tem condições de executarem as obras.

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