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A capacidade de perdoar

O cinema é uma das maneiras mais interessantes de refletir sobre a nossa própria existência. Nesse sentido, conhecer histórias reais, por mais que sejam dramatizadas e adaptadas, constitui uma boa motivação para aprimoramento pessoal contínuo. Esse é o caso de “Invencível 2”, cuja primeira parte foi dirigida por Angelina Jolie.

O protagonista desta narrativa é o atleta olímpico e herói da Segunda Guerra Mundial Louis Zamperini, que mescla uma carreira de corredor de meia distância com torturas sofridas pelos japoneses. Este segundo filme foca seu retorno aos EUA, as consequências psicológicas do sofrimento, seu envolvimento com bebida e a redenção no encontro com a religião.

A direção de Harold Cronk foca principalmente na maneira como o ex-atleta, após tentar um retorno, interrompido por uma lesão, encontra no álcool um refúgio e acaba encontrando equilíbrio ao se submeter aos desígnios de Deus. Essa jornada tem como personagem essencial a esposa de Louis, que não o abandona mesmo nos momentos mais difíceis.

Se a obra cinematográfica como tal não é um primor, tem como mérito a maneira de lidar com alguns aspectos dessa vida ímpar, sendo a principal a discussão do significado do perdão. A cena em que Zamperini perdoa seus algozes é, de fato, a mais potente, porque aponta para um dos maiores desafios da humanidade: abrir mão de seu ego e se renovar e reinventar constantemente.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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