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Medo, meu bem, meu mal

Ah, esse medo! Velho conhecido meu! Desde que me conheço por gente esse tal de medo me acompanha. Ele vem quando menos espero e me pega de surpresa e assim fica forte. Quanto maior ele fica, menor me sinto.

Que condição é essa que o conserva tão poderoso? Seria sua mania de aumentar as coisas? Toda lagartixa vira jacaré! Todo escuro é bicho papão! E o moço que não conheço, fica com cara de ladrão!

Minha mãe o tinha como aliado. Dizia sempre que meu pai me castigaria por eu ser desobediente, que eu não teria namorado por ser imponente. Meu pai nem sempre me
castigava e namorados tive uma porção! Mentia minha mãe? Sim e usava o tal medo pra me ter na mão, mas que falta de imaginação!

Podia não ser original, mas funcionava! Deixar por conta da fantasia uma ameaça, certamente torna qualquer um vulnerável!

Levei muito tempo pra perceber que o medo é bom quando sinaliza um perigo real, mas se for pra subjugar, dominar, enganar, é um veneno que pinga constantemente em nossa
mente, tornando-nos frágeis marionetes a realizar o espetáculo de quem maneja os cordões.  

Posso ter sido presa fácil de alguns, mas hoje sei que se há veneno, também há seu antidoto correspondente: ela, a consciência viva e audaz, forjada na vontade de se aprimorar e construir com as próprias mãos seu destino!

Ala Voloshyn: Psicóloga. Escritora. Blogueira. Contadora de Histórias. Mediadora de Conversa Filosófica. Blogs: alavoloshyn, livrosvivos - SoundCloud

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