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Saudade e Esperança

Saudade, minha saudade! Quantas vezes me interceptou e impôs sua marca lançando-me a inúmeras lembranças! Algumas alegram o coração, outras o apertam até as lágrimas darem sinal de que a tristeza chegou.

Tudo que vivi está ao meu dispor como um enorme mar, repleto de objetos, cheiros, cores, texturas, emoções, pensamentos, perdas, ganhos, enganos, acertos, encontros, separações, coisas corroídas pelo tempo e outras tão novas que poderia usá-las sem pudor.

Às vezes tenho medo, pois penetrar nessa vastidão pode fazer-me perder a noção do tempo e espaço. Não há como evitar a nostalgia, seu traço maior.

Não quero viver de nostalgia! Não posso reaver o que já passou! Mas por que então sinto saudade, se é em vão?

É preciso mergulhar nesse mar misterioso com uma única razão, tocar seu fundo para depois emergir sem demora, pois quem nas suas profundezas fica, tem dificuldades para voltar, se confunde em tantas recordações que perde o rumo do seu tempo e este não é o propósito da vida!

A saudade é benéfica quando desperta a consciência do agora. Quando ela vem e impõe suas imagens, me projeta no tempo transportando-me para aquilo que já foi vivido, não para que eu fique lá, mas para que tome consciência do que me falta hoje, do que necessito para me equilibrar, para que com minhas próprias forças realize o que foi sinalizado. Isto é uma bênção, minha mente mais profunda a me enviar sinais de esperança!

Esperança, minha esperança, me faz acreditar que é possível retocar, novo impulso dar no que as forças havia perdido. Um Norte a mostrar que a vida é um contínuo transformar. O que já me fez chorar pode hoje ser matéria-prima para um melhor e o que já foi um alento posso tê-lo como um modelo para aperfeiçoar. A vida do ontem se encontrando com a vida do hoje, fazendo a roda eterna girar!

Ala Voloshyn: Psicóloga. Escritora. Blogueira. Contadora de Histórias. Mediadora de Conversa Filosófica. Blogs: alavoloshyn, livrosvivos - SoundCloud

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