No Dia Mundial da Voz, comemorado em 16 de abril, especialista do Hospital CEMA explica como o uso abusivo das cordas vocais pode culminar em problemas de saúde
Cantores, professores, locutores, todos esses profissionais têm em comum algo muito peculiar: o uso intenso da voz. Não à toa, são os que mais sofrem com afonias, rouquidão e outras doenças relacionadas, como a laringite. “É muito comum que pessoas que fazem uso abusivo da voz apresentem problemas nas cordas vocais. Qualquer órgão do nosso corpo quando muito requisitado pode ser alvo de processos inflamatórios”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.
A laringite ocorre quando a laringe, órgão onde se localizam as pregas vocais, sofre um processo inflamatório, em decorrência de infecções virais, bacterianas, fúngicas, alérgicas ou mesmo por causa do refluxo gastroesofágico. Quando a doença aparece, os principais sintomas são dor, por vezes tosse seca no início do quadro e produtiva (com muco), caso exista uma infecção bacteriana em curso. Há também rouquidão, e, algumas vezes, sensação constante de pigarro na garganta. “Quando há um problema causado pelo uso abusivo da voz, um dos principais sintomas é a rouquidão” detalha o médico.
Nos casos de laringite, o recomendado é procurar ajuda de um especialista, que vai fazer uma avaliação clínica, exames otorrinolaringológicos, como a laringoscopia direta, que é realizada no consultório. Caso o médico confirme o diagnóstico, o tratamento vai depender do que causou a doença. Medicamentos anti-inflamatórios, antialérgicos e até protetores gástricos, nos casos de refluxo, estão entre as principais medidas para eliminar o problema. “Outra coisa igualmente importante é fazer repouso vocal, falar sem exageros e evitar gritar durante o tratamento”, recomenda Matsuyama.