Deixar restos a pagar para o próximo governo, até parece ser novidade em época que a Lei de Responsabilidade Fiscal tem de ser cumprida à risca pelos governantes. Agora os prefeitos e governadores querem oficializar o que já acontece na prática, através de manobras contábeis, que só um leigo em matemática aplicada não entenderia como se faz. Mas qualquer contador sabe as manhas e os caminhos. Simples assim: compra-se de tudo até o limite da data da LRF, e pede carência ao vendedor de três a quatro meses para o início de pagamento e que a primeira parcela só vença no início do próximo mandato, daí burla-se a lei e a conta fica para o próximo prefeito e ou governador. Isso sem autorização já até é um praxe quando o sucessor é inimigo político, mas, com autorização da justiça, a conta pode ficar bem maior e até impagável pelos próximos governantes. Era o que acontecia antes de regularizar a lei, e nada acontecia aos governantes que saiam impunes. Quem não se lembra da frase muito famosa no meio político: Rouba mas faz! – seria a repaginação desta frase agora em 2020? – caso seja permitido, e não ser cumprida a risca, a conta vai ficar bem feia para os governantes, é o que espera o eleitor.
Partidos políticos não são confiáveis…
Partidos políticos deveriam ser banidos, assim só teriam candidatos avulsos e a famosa escadinha, apoio em bloco ficaria mais difícil de ocorrer. Só se elegeria quem fosse conhecido mesmo, ou fizesse um bom trabalho de marketing pessoal para ser aprovado. Os partidos políticos são meras aglomerações de pessoas, que irão trabalhar para eleger um ou outro membro, a maioria é escada do outro, e quem é o beneficiado é sempre o presidente e alguns amigos próximos. Os outros membros são meros coadjuvantes. Assim, se não tiver partidos, não tem funcionários e se não tem funcionários, não tem processo e nem despesa de salários pagos com dinheiro público enrustido em verbas para partidos se manterem. O PTB de São Caetano e seus presidentes deveriam arcar com o ônus dos processos, não permitindo que se alongasse por muito tempo, como se o problema fosse de todos nós eleitores pagar a conta.
Atila, o tranquilão!
É assim que o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi se intitulou depois que recebeu a notícia do STF que pode terminar seu mandato e concorrer a prefeitura nas próximas eleições. Se auto intitulou tranquilão para conseguir novamente se eleger prefeito, depois de ser impedido a comandar a cidade, passar duas temporadas na cadeia, uma delas em Tremembé, interior de SP. Isso tudo não tirou a vontade de Atila a concorrer novamente ao cargo de prefeito. Poderia o prefeito, já que se acha tão tranquilão, pagar as contas que estão amontoadas na secretaria da Fazenda do município que ele mesmo fez, e começar a quitá-las, ou vai deixar para o próximo prefeito. Só lembrando prefeito, nos restos a pagar, se for autorizado pelo governo por causa da pandemia, não devem ser incluídas as contas de 2 ou 3 anos atrás, só deste ano e a partir de maio de 2020. Portanto, prefeito pague logo as que estão em sua mesa. Nem todo mundo está tranquilão com contas a receber da prefeitura de Mauá e o prefeito querendo ser reeleito novamente. O que muito eleitor acha ser muito difícil acontecer.
Eleições devem ser em outubro
Alguns candidatos estão torcendo para que o TSE – Tribunal Superior Eleitoral – suspenda as eleições no mês de outubro (dias 04 e 25) e as transfira para o início do mês de dezembro em cidades que tenham um só turno e para as cidades que haja o segundo turno e que só aconteça até dia 20 dezembro, vésperas do Natal, ambos os casos assumiriam os eleitos dia 1 de janeiro de 2021. O que acontece é que tem candidatos que estão impedidos de concorrer em outubro, mas em dezembro a história é diferente, e seriam beneficiados pela justiça, o que não deveria acontecer visto que hoje estão inelegíveis e deveriam permanecer na geladeira até 2022, quando haverá eleições novamente. O eleitor torce para que alguns candidatos nunca mais voltem a exercer cargos públicos depois de cassados seus direitos políticos, principalmente se estes forem por improbidade administrativa, um dos casos em que o político perde o cargo mais rapidamente.
Mania de político
Se é para cortar salários de políticos, isso deveria acontecer para sempre, não somente em época eleitoral e principalmente agora, durante a pandemia do coronavírus. Só para falarem que estão fazendo alguma coisa, e ajudando com seus salários, vários políticos de vários escalões estão dizendo que são a favor do corte de salários e até 50% mensalmente. Vale saber destes políticos é se o corte é para sempre, visto que muitos deles, ganham muito mais do que merecem e trabalham a favor da população. Enquanto isso, a maioria da população e eleitor destes políticos vivem com um salário mínimo ou menos, dependendo da região do país em que mora. Deveriam, é nem receber nestes meses em que não estão trabalhando, daí quem sabe a população começaria a acreditar neles. Dai é o que mais se fala nas redes sociais: hoje os poucos trabalhadores que são valorizados, são os faxineiros, garis, enfermeiros, médicos, motoboys, lixeiros, padeiros, açougueiros, feirantes, o resto é tudo dispensável e eles são os que menos ganham no país. Agora são valorizados, por que não antes? – valeria doar todo o salário e não só parte.
Definitivamente, não!
Fazer política sem dinheiro, não tem como. Depois da farra aberta até 2015, a justiça eleitoral destinou verba própria para se fazer eleição e todos os partidos tem sua fatia dependendo do tamanha de cada um na Câmara Federal. A decisão foi tomada para que não houvesse mais o financiamento por parte de empresas nas campanhas eleitorais, visto que corria solta a corrupção em época eleitoral, ainda há, por debaixo dos panos, mas é bom pouco. Ficou decidido que se o governo precisar utilizar os 2.085 bilhões destinados a campanha eleitoral, até pode, desde que devolva na época que for utilizada, que é nas épocas eleitorais, daí todos os partidos concordaram, só quem foi contra a devolução foi o Partido Novo e uma parte dos deputados federais do PSL, aliados, é claro, do presidente. E tem mais, se forem mudar as datas, que seja o mais breve possível para quem foi eleito em 2016, não permaneça muito mais tempo no poder.
Frase da Semana
“O presidente confunde sinais sanitários e os sinais da democracia. Isso é extremamente desagradável” – Senador Tassio Jereissati