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Doria cobra respeito do presidente Bolsonaro às famílias dos mortos

Em entrevista coletiva na última quarta-feira, o governador João Doria criticou duramente a postura do presidente Jair Bolsonaro no combate ao avanço do novo coronavírus no País e pediu que ele saísse “da bolha que se encontra em Brasilia”. Na terça, ao ser questionado sobre as mortes na pandemia, Bolsonaro perguntou “Quer que eu faça o que?” Hoje, o presidente voltou a criticar governadores, citando Doria. “Meus sentimentos aos familiares de 5.017 brasileiros que perderam a vida pelo coronavírus em todo o País. Quero dizer ao presidente, o mesmo presidente que ontem respondeu: ‘Quer que faça o que?’. Eu posso enumerar atitudes que o senhor deveria ter tomado e não adotou. É fazer aquilo que o senhor não fez”, disse o governador de São Paulo.

“Primeiro, respeitar os brasileiros que o elegeram e os que não o elegeram. Respeitando pessoas, parentes, amigos de pessoas que perderam parentes para o coronavírus, que o senhor classificou como uma gripezinha, que não era grave. Que o senhor respeite o luto de pessoas que perderam entes queridos.”

Doria chamou o presidente para vir a São Paulo e acompanhar a situação no Estado. “Convido o senhor, venha a São Paulo. Saia de Brasília e venha visitar o Hospital das Clínicas, os hospitais de campanha. Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de saúde de São Paulo. E se não quiser visitar São Paulo, por medo ou qualquer outra razão, vá ver o colapso da saúde em Manaus. Veja a realidade do seu País”, disse. “Saia da sua bolha, do seu mundinho de ódio. Percorra hospitais e seja solidário com a realidade do seu País. E, por fim, o senhor que gosta de tratar tudo como números e acha que a vida é um número, eu como governador, mas como ser humano, não acho que vida é número. Nem meus filhos são tratados por número. Meus filhos são tratados por nome, com carinho e afeto. Trabalho para salvar vidas. A vida é sentimento e espero que o senhor possa resgatar o seu para ter um olhar de compaixão pelo seu país e pelos brasileiros.”

O governador ainda cobrou “respeito” do presidente, aos profissionais da saúde. “Nenhum parente pôde acompanhar o sepultamento. Respeite médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, que ao contrário do senhor, que vai praticar tiro em stand de tiro, essas pessoas estão protegendo pessoas. Pare com essa política da perversidade. Pare de fazer política em meio a um País que chora mortes e infectados. E agora, presidente? Diante de mais de 5 mil mortos, o senhor continua afirmando que é uma gripezinha?”

Na noite desta terça-feira, 28, quando questionado sobre o recorde no número de mortes pela doença no País, Bolsonaro respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse Bolsonaro, em referência a seu segundo nome.

Na quarta-feira Bolsonaro voltou a questionar: “A imprensa tem que perguntar para o (João) Doria por que mais pessoas estão perdendo a vida em São Paulo”, disse. “O STF decidiu que quem decide essas questões (sobre restrição) são governadores e prefeitos.”

Fonte: Portal terra Notícias

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