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Em Santo André, livros trazem conforto e esperança em meio à pandemia

Em tempos de isolamento social, em que as preocupações, inseguranças e dificuldades se manifestam com maior intensidade, uma organização social tem conseguido amenizar angústias e confortar moradores da periferia de Santo André com doações de obras literárias.

A Rede Beija-Flor de Pequenas Bibliotecas Vivas de Santo André, instituição não governamental em defesa do direito à leitura e à literatura, doou, em meados de maio, 400 kits de livros para mais de vinte comunidades e conjuntos habitacionais da cidade. A ação fez parte de outra iniciativa solidária, realizada pelo MDDF (Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores em Núcleos Habitacionais), em parceria com a Fundação Banco do Brasil, para distribuir 25 toneladas de alimentos e kits de higiene e de limpeza à população.

A dona de casa Tamires dos Santos Nascimento, mãe de três crianças e moradora do núcleo Tamarutaca, na Vila Guiomar, conta que os livros chegaram em boa hora. “Meus pequenos amaram. Eles estão muito inquietos e cansados de ficar em casa. Tudo tem sido muito desgastante, mas a hora da leitura é um momento confortante em que até esquecemos da quarentena”, afirma.

Para a cuidadora Patrícia Moura, que tem quatro filhos e mora no Jardim Santo André, os livros trazem “um momento de alegria em meio a tantas coisas que estão acontecendo” e também são importantes para a imaginação das crianças.

A Rede Beija-Flor trabalha com literatura em comunidades vulneráveis desde 2018, ano em que a instituição foi fundada. Cerca de mil famílias já tiveram acesso a títulos de um acervo de 6 mil obras, disponível também para os públicos jovem e adulto.

Segundo a psicóloga e professora aposentada Maria Elena Villar e Villar, uma das fundadoras da organização, a Rede Beija-Flor foi criada a partir de uma pesquisa no núcleo Sacadura Cabral, no bairro de mesmo nome, que mostrou que a questão cultural e o não acesso a livros de literatura eram mais significativos do que a pobreza material. “A partir desse estudo, começamos um trabalho com bibliotecas vivas em territórios vulneráveis, voltado ao direito à literatura”, explica.

A instituição conta com dois espaços que funcionam como bibliotecas – localizados nos núcleos Sacadura Cabral e Eucaliptos (bairro Cata Preta). Devido à pandemia do novo coronavírus, ambas estão fechadas. A maioria dos livros vem de doações da Secretaria Estadual de Cultura – por meio da SisEB (Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo), Literasampa, Instituto Emília, MDDF e Febab (Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições). A sociedade civil também pode doar livros. Para isso, basta entrar em contato pelas redes sociais da Rede Beija-Flor.

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