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Natal deve movimentar R$ 237 milhões no ABC, com queda de 17% sobre 2019

Em um ano que entrará para a história por conta da pandemia de Covid-19, os efeitos não se limitarão a impactos econômicos negativos e mudanças de hábitos para conter o processo de contaminação. A cultura de presentear parentes e pessoas próximas também deverá ser afetada negativamente em uma das melhores datas do comércio, o Natal.

O preço médio que consumidores do ABC paulista revelaram estar dispostos a pagar por presente é de R$ 129. Comparado aos R$ 132 encontrados na PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) do ano passado, houve queda nominal de 2,2%. Se considerada a inflação acumulada de 4,31% nos últimos 12 meses até novembro, a queda real foi de 6,3%, segundo levantamento do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo.

Com relação aos gastos planejados para o Natal (mais de um presente), os entrevistados revelaram pretender desembolsar R$ 393. Em comparação ao Natal de 2019, quando essa cifra correspondia a R$ 412, a queda nominal é de 4,6% e a real, de 8,5%. Retratando esse cenário, o giro com compras de presentes nos sete municípios do Grande ABC deverá ser de R$ 237 milhões (ou queda nominal de 17% em relação a 2019).

“Esse valor retoma o patamar do pior ano em valores nominais desde 2012, após as retrações de 2015 e 2016”, aponta professor Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista, que pontua:
“A conjuntura econômica singular de 2020, marcado pela pandemia e restrições impostas à atividade econômica, ajuda a explicar esta retração. No cenário nacional, nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o PIB retraiu 3,4%. No terceiro trimestre do ano o IBGE registrou uma taxa de desemprego de 14,4% e de 30,3% de subutilização da força de trabalho”.

Menos presentes

Entre os principais destaques da PIC de Natal 2020 estão a redução do número médio de pessoas a serem presenteadas pelas famílias, bem como o aumento do número de famílias que não pretendem presentear. Pelo método de estimação da pesquisa, 25% não pretendem comprar lembranças este ano. Outro dado desta temporada atípica é que os principais presenteados serão as mães (18,9%), pais (11,8%), irmãos (11%) e filhos (9,4%).

Dentre os presentes mais procurados estão vestuários/calçados (29,7%), brinquedos (14,3%), perfumes/cosméticos (12,6%) e livros (5,7%). A proporção de consumidores que afirmou não ter definido o presente até o momento da pesquisa (7,1%) aumentou consideravelmente em relação aos 4,5% do ano passado. Internet lidera o local preferido de compras (29,9%), mas, com a reabertura gradual dos estabelecimentos, é seguida pelos shoppings e comércio de rua (28,9% e 25,4% respectivamente).

A PIC ocorreu entre 7 e 27 de novembro, resultando em 323 questionários validados.

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