X

Serra, Morando, Marcelo e Anacleto assumem prefeituras no Grande ABC

Orlando Morando, Paulo Serra, Anacleto Campanella e Marcelo Oliveira

O ano de 2020 foi atípico por causa da pandemia do coronavírus que foi diagnosticada no Brasil desde março passado, e por vários meses fechou comércio e indústrias em sua pior fase, deixando milhares de pessoas desempregadas, além de causar mais de 197 mil mortes até hoje, onde só no Grande ABC, foram mais de 4 mil, colocando em xeque todo o sistema de Saúde que não estava preparado para atender tanta gente infectada pela Covid-19, e que fez com o que o país as pressas instalasse hospitais de campanha, os quais geraram muitas divergências pelos custos de suas instalações.

Para não ter verbas desviadas para outras finalidades, visto ser um ano eleitoral com eleições municipais, os governos estaduais e federais aplicaram fiscalizações pontuais para suas instalações bem como para compras de insumos e EPIs para seus funcionamentos, mas, mesmo assim, ocorreram problemas que estão até hoje sendo investigados pelo Ministério Público Estadual, tanto nas compras como nos aluguéis de equipamentos para diagnosticar a doença.

E em meio essa turbulência, Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá definiram seus prefeitos, sendo que respectivamente foram eleitos para o segundo mandato, Paulo Serra e Orlando Morando; para o quarto mandato – porém impossibilitado de assumir – José Auricchio Jr. e em seu primeiro mandato Marcelo Oliveira.

Em Santo André

O prefeito Paulo Serra – PSDB, assume a prefeitura para seu segundo mandato mais acomodado do que seus vizinhos no Grande ABC, visto que seu maior problema conseguiu resolver, em parte, que era a dívida do Semasa com a Sabesp, negociando e entregando o serviço a estatal paulista, livrando boa parte da dívida herdada das administrações anteriores.

Com finanças apertadas no primeiro mandato, Serra, agora entra neste segundo mandato mais confiante, mesmo com o grande volume de obras entregues, a promessa é que o fôlego no caixa da prefeitura será benéfico para que as áreas de saúde e obras sejam o carro chefe nos próximos anos, bem como deixando em dia os pagamentos junto aos fornecedores. Na área de segurança, muito se deve fazer de agora em diante.

Em São Bernardo

Orlando Morando – PSDB reassumiu a prefeitura em seu segundo mandato, com um déficit de caixa de mais de 3 bilhões de reais, 100% a mais do que a administração do ex-prefeito Luiz Marinho deixou para seu primeiro mandato.

Durante seu primeiro mandato Morando foi alvo de inúmeras denúncias, entre elas nas áreas de educação, meio ambiente e na conclusão de obras do piscinão do paço e em obras abandonadas pela cidade da administração petista e não concluídas nos últimos quatro anos, o que deve ocorrer nesta sua segunda administração que se iniciou em 1º de janeiro.

Em seu primeiro dia como reeleito, Morando sofreu sua primeira derrota ao nomear o ex-prefeito Kiko Teixeira, e foi obrigado pela justiça a destituí-lo do cargo por ser Ficha Suja.

Em Mauá

O ex-prefeito Atila Jacomussi entregou ao prefeito eleito Marcelo Oliveira – PT, uma administração carregada de problemas desde jurídicos até dívidas com fornecedores diretos do município.

Com um orçamento pequeno diante do tamanho da cidade de Mauá, Marcelo, ainda tem no início de sua gestão além da pandemia, o enfrentamento a deslizamentos e enchentes em vários bairros, o que não foi combatido nos últimos anos deixando a população abandonada em seus principais direitos como cidadão.

O novo governo promete ter uma administração firme, para que não seja lembrada futuramente como relapsa frente a todos os problemas de Mauá que são empurradas através das várias administrações.

Dentre os principais problemas pontuais a serem combatidos serão nas áreas de segurança, saúde, obras e saneamento básico onde vários pontos do município ainda não conhecem, bem como a falta constante de água nos bairros mais altos e ainda não solucionados pela Sabesp que assumiu os serviços da SAMA.

Em São Caetano

Não menos atípico do que as outras cidades da região, São Caetano também sofreu com a pandemia do coronavírus e teve que instalar seu hospital de campanha em 2020, e sua eleição por mais que queiram esconder, ainda não terminou na cidade e uma suplementar deve ocorrer entre os próximos três meses.

Dia 1º de janeiro, quem assumiu a administração municipal, foi o vereador e presidente do Legislativo eleito no mesmo dia, Anacleto Campanella – Cidadania, que vai dirigir a cidade por dois ou três meses, até a instalação de novas eleições municipais, visto que o prefeito reeleito Auricchio Jr. – PSDB não pode assumir seu cargo para o quarto mandato por ter sido condenado em segunda instância em duas oportunidades por colegiado eleitoral por receber irregularmente centenas de milhares de reais na eleição de 2016, por pessoa ligada ao tesoureiro de sua campanha e que não tinha como provar a origem do dinheiro doado à época, levantando suspeita na justiça de que seria lavagem de dinheiro.

Inúmeros recursos e liminares junto ao Tribunal Regional Eleitoral foram julgados e negados ao ex-prefeito, sendo que no último recurso junto agora no TSE – Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Barroso indeferiu seu pedido dia 24/12/2020, o qual queria assumir o comando da prefeitura no primeiro dia de 2021, que novamente lhe foi negado. Agora a próxima e última decisão deve sair no início da segunda quinzena de janeiro no TSE, quando será de fato o julgamento final da ação que lhe impedirá de vez assumir a administração por ser Ficha Suja, seguindo as inúmeras decisões dos tribunais inferiores.

Campanella pega a prefeitura atolada em dívidas e com alguns problemas que devem ser solucionados imediatamente, entre eles os pagamentos do SAESA junto a Sabesp que está sem receber a vários meses, bem como divulgar para onde foram desviados os recursos da autarquia municipal, que pode deixar sem água toda a população da cidade em breve, caso não seja solucionado.

Outro problema que deve ser resolvido e explicado pelo prefeito interino, são as verbas destinadas pelo prefeito Auricchio à área de comunicação no valor de 12,5 milhões de reais durante as eleições municipais – tiradas do orçamento da secretaria de Saúde com a autorização da secretária Regina Maura Zetone e denunciadas ao Ministério Público que não autorizou sua utilização, enquanto que não se pagava o fornecedor Sabesp e a população reclamava do péssimo atendimento na área de saúde por causa da pandemia.

Na prática segundo os governos estaduais e federais, as verbas da saúde não poderiam ser desviadas para outros fins, a não ser para o combate a pandemia, e a área de publicidade do município sequer fez uma inserção publicitária mencionando a doença que afligiu toda a população, bem como ainda há suspeita sobre o superfaturamento de aluguel de equipamento a ser utilizado na área de saúde.

São esperados dias difíceis nos próximos meses ao interino Campanella, que também deve administrar com a sombra do prefeito que acredita que só a justiça de Deus pode lhe tirar o quarto mandato, segundo a Carta Aberta divulgada nos últimos dias de 2020.

Imprensa:

This website uses cookies.