Esta semana a Ford anunciou o fim de suas operações industriais no país, fechando três fábricas e demitindo mais de 5.000 trabalhadores diretos e afetando indiretamente milhares de empregos. A decisão, que partiu da matriz estadunidense, reforça o fracasso do modelo de industrialização baseado no capital estrangeiro, o que resultou em uma base subordinada, onde as decisões dos processos produtivos estão fora do controle nacional.
Além disso, desde a conquista da hegemonia pelo pensamento liberal, não há uma estrutura de planejamento estratégico por parte do estado para induzir o desenvolvimento industrial e técnico-científico.
Este não é um caso isolado, ele representa um longo processo que o Brasil vem enfrentando desde o final dos anos 80, mas que vem se intensificando nos últimos anos, graças ao aprofundamento da agenda liberal. A participação da indústria no PIB vem encolhendo sistematicamente, em 1985 ela alcançou os 27% e agora em 2018 ficou em 11%, a menor de uma série histórica iniciada em 1947.
Enquanto as energias do país estiverem mais voltadas à aprovação de reformas do setor financeiro, do que a reverter o quadro de desindustrialização, o Brasil segue rumo à reconversão colonial.
Max Marianek – Graduado em História pela CUFSA e graduando em Biblioteconomia pela USP.