Nesses últimos dias saltou aos olhos de todos a questão da vacinação e da dependência do Brasil com relação a importação de materiais e imunizantes, devido a problemas com a Índia e a China. Nesta semana também foi noticiado que a União Européia pretende barrar a exportação de vacinas, pois deseja privilegiar a imunização interna, o que fragiliza a posição de países como a do Brasil, que dependem de importações de vacinas e insumos médicos para a produção interna.
Este quadro demonstra claramente como a falta de um desenvolvimento industrial e uma política de ampliação da pesquisa científica, tornam a posição do Brasil vulnerável. As decisões sobre o envio e a produção de vacinas e insumos ficam fora do controle nacional, ferindo nossa soberania e ameaçando o direito à vida de nossa população.
A ausência de um claro projeto de planejamento do estado e a sacralização do mercado como instância definidora do desenvolvimento, reforçam o papel colonial do Brasil no mercado internacional e nossa subordinação.
Não podemos permanecer dependentes dos países estrangeiros para poder criar vacinas, devemos tirar uma lição dessa crise: a necessidade de ter uma forte presença do estado determinando as diretrizes para a criação de um complexo científico-industrial.
Max Marianek – Graduado em História pela CUFSA, Graduando em Biblioteconomia pela USP